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Tropa de choque entra em Alcaçuz para transferir 220 presos

Penitenciária está rebelada desde o último sábado; operação foi tranquila dentro do presídio, mas conturbada do lado de fora

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h37 - Publicado em 18 jan 2017, 16h05
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  • A Tropa de Choque da Polícia Militar entrou nesta quarta-feira na Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal, numa iniciativa para retomar o controle do presídio, que está rebelado desde o último sábado. O objetivo era transferir 220 homens ligados à facção Sindicato do Crime do RN (SDC), que foi alvo de ataques do Primeiro Comando da Capital no último fim de semana – ao todo, 26 detentos foram assassinados, metade deles decapitados.

    Os presos foram levados para a Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), também na Grande Natal, conhecido como reduto do SDC, que é associado ao Comando Vermelho.

    Alcaçuz, que é o maior presídio do Estado e abrigava cerca de 1 100 internos, viveu momentos de tensão também do lado externo, enquanto que internamente o clima foi de relativa tranquilidade. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, Familiares se desesperavam diante da possibilidade de que apenas uma parte dos homens ligados ao SDC fosse retirada do local, deixando o restante ainda mais vulnerável para novos ataques do PCC. O governo negou que estivesse negociando com os detentos para decidir qual das partes sairia do local, já que ambas reivindicavam a retirada da rival. Nessa queda de braço, saiu vencedor o PCC, que permaneceu no presídio.

    No início da noite, familiares protestaram fechando o acesso ao presídio com uma barricada com entulhos e lixo, tendo tocado fogo nos objetos na sequência. O movimento foi rapidamente dispersado por policiais militares, com spray de pimenta e tiros para o alto, e por agentes da Força Nacional, que reforçam a segurança na região. À noite, mais ônibus chegaram ao local com a escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Presos invocavam hinos do PCC e demonstravam reação frente à possibilidade de transferência. Por volta das 19 horas, quatro ônibus escoltados por viaturas da PM e da PRF deixaram a unidade.

    “A operação foi muito bem-sucedida. Não houve resistência dos presos. Nós fizemos revistas em todos os pavilhões”, disse secretário de Segurança do Estado, Caio Bezerra, acrescentando que, nessa revista, foram encontradas armas de fogo, um colete à prova de bala e “uma grande quantidade” de armas brancas.

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    Na noite de ontem, os presos dos dois grupos ameaçavam fazer uma “batalha campal” entre si. O Sindicato do Crime dominava o pavilhão 4, enquanto o PCC controlava o pavilhão 5. Bandeiras e pichações delimitavam o território de cada bando, que se muniu de barricadas.

    O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), afirmou ontem que  o massacre do fim de semana foi uma retaliação à matança ocorrida no Complexo Prisional Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, no primeiro dia do ano, quando 56 presos, entre membros do PCC e estupradores, foram mortos pela Família do Norte (FDN). Assim como o Sindicato do Crime, a FDN é aliada do Comando Vermelho, que desde meados do ano passado está em guerra com o PCC na disputa pelo monopólio do tráfico de drogas e dos presídios.

    (Com Estadão Conteúdo e agência Reuters)

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