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Trauma de 2008 deixou moradores mais atentos

Por Por Fernando Alécio, de Itajaí
10 set 2011, 19h50

Por conta do histórico de tragédias climáticas no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, muitas pessoas se anteciparam às enchentes e evitaram as águas que deixaram mais de 150.000 pessoas desabrigadas no estado nos últimos dias. A experiência própria, mais do que o auxílio da defesa Civil, foi um fator determinante para que os moradores da área ficassem mais atentos, ao contrário do ocorrido na última grande enchente que assolou a região, em novembro de 2008.

“Quem mora em área de risco, como eu, fica preocupado. Como choveu muito forte nos últimos dias, eu e minha família estávamos em alerta. Acompanhamos também pela televisão para ver a situação. Os repórteres falavam que a enchente aconteceria no mesmo lugar de 2008”, conta a aposentada Maria Zenir Cordeiro Couto, 68 anos, moradora da localidade rural de Pedra de Amolar, no município de Ilhota.

Diante das informações dos meios de comunicação, ela e a família levantaram os móveis e deixaram a residência antes de a água chegar – o local ficou inundado há três anos e também nas históricas enchentes de 1983 e 1984. Junto com o marido, a filha, o genro e três netos, Maria Zenir abrigou-se na casa de um irmão na vizinha cidade de Navegantes, para onde também foi nas cheias anteriores.

Para a aposentada, a pior das enchentes que vivenciou foi a de 1983. “Naquela ocasião, fiquei 15 dias aqui na casa do meu irmão e em 1984 fiquei 11 dias. Na última enchente, em 2008, depois de quatro dias já pude retornar para a minha casa”, compara, lembrando que já estava há dois dias fora de casa quando atendeu a reportagem de VEJA, na manhã deste sábado.

Outro morador das áreas afetadas que deixou sua casa foi Sabino de Oliveira, 46 anos, que é deficiente físico e mora sozinho no bairro Porto das Balsas, uma das localidades mais atingidas na cidade de Navegantes. Ele foi retirado de casa e levado ao abrigo em uma escola municipal por funcionários da prefeitura, na noite de quinta-feira, antes de sua casa ser inundada.

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“Minha sorte é que o rapaz disse que era para sair de lá e eu vim. Me trouxeram de carro para cá”, disse Oliveira no abrigo instalado no CAIC de Navegantes. “Sou de Alagoas e faz um ano que cheguei aqui, em Santa Catarina. É a primeira vez que passo por uma situação como essa.”

Nem todos, porém, seguiram a orientação da Defesa Civil e saíram de casa antes da inundação. Há relatos de pessoas que se recusaram a abandonar suas residências mesmo sabendo que seriam atingidas pelas águas. O motivo principal é o medo de deixar a casa desguarnecida e à mercê da ação de saqueadores e ladrões, como se viu na enchente de três anos atrás.

É o caso do policial militar Diego Nogueira, 42 anos. Morador da comunidade conhecida como Vila da Miséria, no bairro Cordeiros, periferia de Itajaí, Nogueira preferiu ficar vigiando sua residência para evitar invasões e furtos, mesmo com a casa alagada. Em Itajaí, que está com 50% de sua área urbana submersa, a Defesa Civil começou a alertar a população a deixar as regiões afetadas ainda na manhã de quinta-feira.

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