Por mais de 70 anos, algumas pessoas acreditaram que o ex-presidente americano Franklin Delano Roosevelt tivesse recebido informações da inteligência sobre o iminente ataque de 1941 à base naval dos Estados Unidos em Pearl Harbor, mas tenha optado por não agir.
As teorias dizem que Roosevelt acreditava que o choque do ataque persuadiria os americanos da necessidade de entrar na Segunda Guerra Mundial.
“Isso é uma lenda”, disse o historiador militar Daniel Martinez, que trabalha para o Movimento Nacional Pearl Harbor no Havaí. “Este é o tipo de teoria conspiratória fabricada pelo lucro de escrever um livro”.
De fato, Roosevelt estava fazendo de tudo para convencer os americanos que ir para a guerra era uma necessidade, mas antes do ataque do dia 7 de dezembro de 1941 em Pearl Harbor, ele estava focado na batalha na Europa, ocupada pelos nazistas, não no Pacífico.
“Ele queria que a guerra fosse com a Alemanha”, explica Martinez. “A última coisa que ele precisava era de uma guerra de duas frentes”.
Os americanos tendem a esquecer que em 1941 os Estados Unidos estavam longe de ser a super-potência militar de hoje.
“Tínhamos um exército pequeno, uma Marinha pequena e uma Força Aérea muito pequena”, disse Martinez.
Na véspera do ataque a Pearl Harbor, Roosevelt escreveu novamente para o Imperador Hirohito do Japão em uma proposta desesperada para evitar o conflito militar com Tóquio, explica o historiador.
Mesmo que os serviços de inteligência em Washington soubessem que um conflito com Tóquio era iminente, não havia indicação de que a base naval no Havaí se tornaria o primeiro alvo, de acordo com Martinez.
Muitos americanos acreditavam que as bases militares americanas nas Filipinas eram os alvos mais prováveis para o Japão.
Apesar dos sistemas de radar militares dos EUA, eles não detectaram a aproximação de seis porta-aviões japoneses com 400 aviões a bordo, que parou cerca de 350 quilômetros (220 milhas) do alvo deles.
“Nossa vigilância era rudimentar”, disse Martinez, explicando que os Estados Unidos estavam cegos pelo censo de superioridade.
“Havia um sentimento de que os japoneses não eram capazes daquilo”, explica. “Víamos os japoneses como militarmente inferiores, e até racialmente”.
No dia seguinte ao ataque a Pearl Harbor, o Congresso americano declarou guerra ao Japão. Três dias depois, a Alemanha declarou guerra aos Estados Unidos e a guerra em duas frentes começou para Washington.
Mais de 2400 americanos foram mortos no ataque em Pearl Harbor.