“Tenho certeza de que a jornada vai maravilhar o povo brasileiro com a quantidade de jovens que virão de todo o mundo e em especial da América Latina”, afirmou Rylko
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Na primeira de uma série de vistas técnicas que fará ao Rio de Janeiro, o cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude no Vaticano, considerou positiva a preparação da Igreja católica fluminense para o evento, em 2013. O olhar vigilante de Roma sobre a cidade-sede se assemelha ao procedimento do Comitê Olímpico Internacional (COI), que acompanha os avanços do Rio para receber os Jogos Olímpicos de 2016. O roteiro, claro, é um pouco diferente. Estão incluídas igrejas, missas e encontro com a juventude de uma paróquia do centro.
Rylko chegou ao Rio na segunda-feira, quando participou de uma reunião com o Comitê Organizador Local (COL/Rio), cuja função é parecida com a do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Nesta terça, ele participou de um café da manhã com o governador Sérgio Cabral e com o prefeito Eduardo Paes. E uma das preocupações ressaltadas pelos representantes da Igreja foi a segurança. Apesar de a cidade não apresentar risco de terrorismo, a ocupação de múltiplos espaços, ao mesmo tempo, é um desafio. Grupos de até mil pessoas ficarão hospedados em casas, pavilhões, ginásios e escolas. Os peregrinos serão divididos por nacionalidades e ocuparão bairros de diferentes regiões da cidade. É uma forma de diluir os eventos menores, como a catequese, e evitar o caos no Rio durante a jornada, que deve reunir dois milhões de fiéis.
‘Vender’ o Rio como um local seguro faz parte da estratégia do governo e da prefeitura para a cidade, que receberá, em breve, a Rio +20, Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas, além da JMJ. O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, participou do café da manhã e afirmou a aliança com o governo municipal e estadual, comprometidos em ofertar infraestrutura e segurança para a jornada. “Eles estão dando a estrutura necessária que compete ao governo estadual, federal e municipal em relação a local, deslocamento, via pública. O aspecto da seguranaça foi muito salientado pelo cardeal. Há um empenho (do poder público) em traduzir o Rio como um lugar seguro”, afirmou Tempesta.
Após o encontro da manhã, o Pontifício conselho de Roma seguiu para o Mosteiro de São Bento, onde ocorreu uma celebração eucarística presidida pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno. Pela tarde, o Cardeal Rylko conhecerá o Centro de Operações da Prefeitura. Ele permanecerá em agenda no Rio até o dia 2 de março. Na quarta-feira, serão visitados possíveis locais dos atos centrais, que são aqueles com a presença do papa.
“Um dos principais critérios para a escolha será de um lugar acessível, que caiba a quantidade de jovens que virão para a jornada”, afirmou Rylko, sem revelar um dos maiores mistérios da JMJ: onde o papa Bento XVI realizará uma vigília e celebrará as missas? Dom Orani Tempesta deu uma pista. “Creio que alguns locais característicos do Rio devem ser contemplados. O Rio merece ser visto naquilo que todos conhecem. (É provável) evento na praia, no Cristo Redentor. Isso está sendo decidido. Mas, para os eventos maiores, precisaremos de um local igualmente maior”, disse.
A primeira impressão do comitê organizador de Roma é de que os preparativos estão bem encaminhados. “Tenho certeza de que a jornada vai maravilhar o povo brasileiro com a quantidade de jovens que virão de todo o mundo e em especial da América Latina”, afirmou Rylko. No ano passado, a JMJ foi sediada em Madri, e a maior parte dos jovens era da própria Europa. No caso do Rio, com a crise no continente europeu, a expectativa é de que o evento conte com uma maior presença dos vizinhos americanos. O cardeal Rylko agradeceu à cidade em nome do papa e elogiou o trabalho do COL/Rio. “O comitê organizador local esta fazendo trabalho maravilhoso, competente e entusiasmado”, afirmou.
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