Com 169 mortes por dengue confirmadas, o Estado de São Paulo bateu até a 15ª semana de 2015 o recorde de óbitos pela doença, segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo. É o maior número de vítimas em território paulista desde 1990, quando começou o balanço oficial. Além do recorde de mortes, o Estado também acumula neste ano o maior número de casos confirmados e notificados da doença desde que esses índices passaram a ser tabulados. Pelos números do ministério, que considera todas as notificações (casos confirmados e aqueles ainda em investigação), já são 401,5 mil registros. O boletim mostra também que o Brasil vive epidemia da doença, com 745.900 casos notificados – quase cinco por minuto.
O recorde anterior de mortes em São Paulo havia sido registrado em 2010, quando 141 pessoas morreram por complicações da doença. São mais vulneráveis a apresentar o quadro grave da dengue crianças, idosos e pacientes com problemas de saúde crônicos.
Apesar de a epidemia de dengue estar concentrada em São Paulo neste ano, o restante do país não está em situação confortável. Somadas todas as notificações, a taxa de incidência nacional já chega a 367,8 casos por 100.000 habitantes, considerada epidêmica e equivalente ao triplo do índice registrado do mesmo período ano passado. O índice de incidência da doença em São Paulo chegou a 911,9 casos por 100.000 habitantes – acima de 300, a taxa já é considerada epidêmica, de acordo com classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas a situação ainda tende a se agravar porque o pico da doença acontece a partir da segunda quinzena de abril e o boletim epidemiológico tratado reúne os dados notificados até o dia 18 do mesmo mês.
Dengue: por que é tão difícil exterminar a doença
O Estado vive em 2015 a pior epidemia de dengue da sua história, com uma alta de casos 379% superior se comparado com o mesmo período do ano passado. Dados da Secretaria Estadual da Saúde mostram que metade do território paulista está em surto, com predominância de casos em algumas regiões, como o noroeste e as áreas no entorno de Sorocaba e Campinas.
Quando analisado o número de mortes, o aumento em relação a 2014 é ainda maior. Os 169 óbitos já confirmados neste ano equivalem à alta de 382% sobre as 35 mortes registradas no mesmo período do ano passado. Em relação a todo o ano de 2014, quando o Estado teve noventa óbitos, a alta é de 87,7%.
São Paulo responde hoje por 73% das 229 mortes por dengue confirmadas no país, o que significa que, de cada quatro pessoas que morreram vítimas da doença no Brasil desde janeiro, três eram moradoras de cidades paulistas. A alta de óbitos em São Paulo é muito superior ao aumento nacional, de 45%.
(Com Estadão Conteúdo)