A Samarco informou na noite desta quinta-feira que efetuou um depósito de 500 milhões de reais referente à primeira parcela do acordo de 1 bilhão de reais fechado com o Ministério Público Federal e o Ministério Público de Minas Gerais. Conforme prevê o Termo de Compromisso Provisório (TCP), o restante será repassado na forma de garantia bancária até 16 de dezembro.
Na quarta-feira, o juiz da Comarca de Mariana (MG), Frederico Esteves Duarte Gonçalves, negou um recurso apresentado pela Samarco para reaver os 300 milhões de reais que foram bloqueados nas suas contas correntes e disse que a mineradora está agindo como um “botequim de esquina”. “A requerida, potência econômica que ostenta os números acima citados (…) vem adotando estratégia jurídica indigna e deliberada de, como se fosse o botequim da esquina, não cumprir o mandamento judicial”, escreveu no despacho. Isso porque foram encontrados apenas 8 milhões de reais nas contas da empresa depois que o magistrado determinou o bloqueio dos 300 milhões de reais. Gonçalves afirmou que a empresa “sumiu com o dinheiro”. “Em outras palavras e em português claro: a requerida sumiu com o dinheiro, embora, em 31 de dezembro de 2014, tivesse em seu caixa mais de dois bilhões de reais, demonstrando, desde já, que, se, no futuro, vier a ser condenada em ações indenizatórias movidas pelas vítimas do acidente, não tem mesmo disposição alguma de suportar os efeitos de virtuais cumprimentos de sentenças.”
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Mariana – Foi identificado o corpo encontrado na madrugada desta quinta-feira na região de Ponte do Gama, subdistrito de Mariana. Mateus Marcio Fernandes tinha 29 anos e era funcionário de uma empresa terceirizada da mineradora. A identificação foi feita pela família. Quatro corpos ainda aguardam identificação. Dos nove identificados, sete eram funcionários da Samarco e três, moradores da cidade.
O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, será ouvido pelo MP de Minas Gerais em Mariana na próxima terça-feira, 1º. Na última quarta-feira, o executivo, e também representantes da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, prestaram depoimento à força-tarefa montada por procuradores do Ministério Público Federal em Minas Gerais para apurar as causas do rompimento da barragem da Samarco em Bento Rodrigues.
(Com Estadão Conteúdo)