O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta terça-feira estudo que mostra que a participação das mulheres no mercado de trabalho vem aumentando nos últimos anos. Mas as diferenças salariais entre homens e mulheres ainda são grandes e, se as políticas de igualdade de gênero não forem aceleradas, serão necessários 87 anos para que a smulheres tenhma os mesmos salários dos homens.
Segundo o levantamento, em 1996, 46% da população feminina estava ocupada ou à procura de emprego, mas essa proporção subiu para 52,4% em 2007. O estudo também mostrou que há diferenças entre mulheres negras e brancas. De acordo com o Ipea, em 2007, a taxa de desocupação entre as negras chegava a 12,4%, contra 9,4% entre mulheres brancas, 6,7% entre os homens negros e 5,5% entre os homens brancos.
Em relação à renda, entre 1996 e 2007, as desigualdades entre brancos e negros e entre homens e mulheres se reduziram em cerca de 13% e 10%, respectivamente. Em 2007, a renda média das mulheres negras era de 436 reais, contra 649 reais dos homens negros; 797 reais das mulheres brancas e 1.278 reais dos homens brancos.
Para a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, a redução das desigualdades entre os gêneros é motivo de comemoração, mas ainda é preciso acelerar o ritmo de novas políticas. “Se fizermos uma regra de três simples, projetando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios para o futuro, levaríamos 87 anos para superar a diferença salarial entre homens e mulheres”, disse.
Na avaliação do presidente do Ipea, Marcio Pochmann, as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho são conseqüência dos modelos agrícola e pecuário que o país viveu no passado.