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Rio tem policiamento reduzido, mas sem tumulto

Adesão à greve de policiais e bombeiros é parcial. PM afirma que Justiça Militar decretou prisão de 11 líderes do movimento

Por Da Redação
10 fev 2012, 11h31

Batalhão do Leblon amanheceu fechado. Bombeiros negam paralisação, mas quartel da Gávea tinha apenas um militare nesta sexta-feira

As primeiras 12 horas após a decretação de greve por líderes de policiais e bombeiros do Rio mostram que, no estado, o movimento não repetiu a situação de motim que paralisou a capital baiana. O reforço do Exército e da Força Nacional de Segurança não foi usado, um indicativo de que a paralisação não é tão abrangente. E, em parte, também um sinal de que o governo do estado resiste a admitir que haja efeitos práticos na paralisação.

O policiamento foi reduzido. Das 9h às 11h30, a reportagem do site de VEJA percorreu a zona sul da cidade. Foram vistas apenas duas viaturas da PM: uma na Avenida Vieira Souto, outra na Delfim Moreira (respectivamente, as praias de Ipanema e Leblon). Outra quatro viaturas, duas delas descaracterizadas, estavam em frente ao prédio do governador Sérgio Cabral, no Leblon. No policiamento a pé, nas praias dos dois bairros, havia apenas três policiais dentro da cabine. “Temos mais gente ao longo da praia, mas muitos faltaram ao trabalho hoje”, afirmou o sargento Honório, que assumiu o posto às 7h.

O batalhão da PM da área, 23º BPM (Leblon) estava fechado pela manhã, com corrente e cadeado no portão principal. Foi este o cenário que encontrou o engenheiro Cyrus Daylac, morador do bairro, que se envolveu em um acidente de trânsito com um ônibus. “No telefone 190, fui orientado a fazer o boletim no batalhão, mas não consegui. Por lei os policiais não deveriam poder fazer greve”, criticou Daylac.

Há diferenças no volume de adesão entre as corporações e em regiões da cidade. Na zona sul, a Polícia Civil mantém um quadro de normalidade. Delegada da 14ª DP (Leblon), Ana Paula Costa afirmou ao site de VEJA esta manhã que a delegacia trabalha normalmente. “Estamos com 100% do nosso efetivo hoje. Entendemos que as reivindicações são justas mas sabemos que nosso trabalho é essencial para a população. Não vamos causar prejuízo para o atendimento à população”, disse. Os delegados, no entanto, não integram o movimento de greve, por terem patamar bem mais elevado de vencimentos, sindicato próprio e histórico de reajustes muito superior ao dos demais integrantes da instituição.

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A Secretaria Estadual de Defesa Civil divulgou nora afirmando que “todas as unidades do Corpo de Bombeiros” funcionam normalmente no estado. Não é verdade. No quartel da Gávea, havia apenas um bombeiro na manhã desta sexta-feira.Segundo a secretaria, as saídas estão regulares e há garantia de prestação de serviços.

Polícia Militar – O comando da PM minimiza a adesão, e, ao meio-dia, o relações públicas da corporação, coronel Frederico Caldas, afirmou à Rede Globo que não houve transtornos na capital. Caldas, no entanto, admitiu que há problemas no Sul do estado. Em uma coletiva no centro da cidade, líderes da greve afirmaram que há cerca de 200 PM presos em suas unidades. Eles seriam integrantes de quatro companhias da PM – unidades menores que um batalhão, normalmente destinadas ao patrulhamento de distritos.

Caldas também afirmou que há 14 mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar contra militares que integram o movimento. Ao receber a informação, no centro, dois dos PMs que integram o movimento rumaram para o Quartel General da corporação para se apresentar ao comando. No QG, o cabo da PM João Carlos Gurgel e o major aposentado Hélio Oliveira foram detidos. O inspetor da Polícia Civil Francisco Chao, que acompanhou a dupla até o quartel, confirmou a detenção. “Em qualquer movimento dessa natureza, é normal a pressão do governo. Encaramos isso de forma tranquila. Eles serão substituídos naturalmente porque a insatisfação não é das lideranças, mas dos praças”, afirmou Chao.

(Com reportagem de Cecília Ritto e Leo Pinheiro)

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