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Rio ainda vive ameaça de paralisação dos ônibus

Reunião de grupo grevista, nesta quinta-feira, decidirá o futuro do movimento, que não acata decisões do sindicato. Cidade já teve mais de 640 ônibus depredados

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
15 Maio 2014, 09h34

Os ônibus vão voltar a circular no Rio na manhã desta quinta-feira, mas os últimos dois dias expuseram um problema: nem sindicato que representa os rodoviários é capaz de controlar novas paralisações, ainda que haja acordo com o município e o sindicato patronal. Apesar de não ter apoio do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do município do Rio (Sintraturb), o movimento grevista conseguiu parar a cidade nos dias 8, 13 e 14. Nesta quarta-feira, na maior parte do dia a cidade teve 40% de sua frota de coletivos em atividade, mas foi impossível evitar transtornos para quem tentou se deslocar para o trabalho e dependeu de transporte público. Uma assembleia marcada para esta quinta-feira, pelo grupo dissidente do Sintraturb, decidirá o futuro do movimento.

O risco de uma nova paralisação adiciona pressão a um sistema já bastante saturado. Neste momento, no Rio, estão em greve professores das estadual e municipal (capital); há, nesta quinta-feira, possibilidade de a Polícia Civil iniciar um movimento de greve, com chance de a Polícia Militar também cruzar os braços, para obter benefícios equivalentes aos dos civis. A quinta-feira tem tudo para ser tensa na cidade, devido ainda a um protesto previsto para as 16h na Central do Brasil, contra a realização da Copa do Mundo.

Os motoristas e cobradores, que não por acaso decidiram iniciar o movimento grevista a poucos dias da Copa do Mundo, sabem do trunfo que têm nas mãos. Na última sexta-feira, durante manifestação no Centro do Rio, eles deixaram claro que estão dispostos a repetir na Copa a paralisação. “Não duvida, não. Se não tiver aumento, na Copa não vai ter busão”, cantavam os rodoviários, liderados pelo motorista Hélio Alfredo Teodoro, que por decisão da Justiça está impedido de participar diretamente dos protestos dos rodoviários. Além dele, outros três líderes da greve foram impedidos judicialmente de “promover, participar, incitar greve e praticar atos que impeçam o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público”.

Por telefone, Hélio Alfredo Teodoro confirmou ao site de VEJA o risco da categoria voltar a cruzar os braços pelo quarto dia. “Não fomos procurados pelo sindicato patronal para qualquer negociação. O que posso dizer é que a categoria vai decidir se faz nova paralisação ou se inicia uma greve”, disse. O grupo dissidente dos rodoviários, que lidera o movimento grevista, não aceita o acordo coletivo assinado pelo Sintraturb, que garantiu aumento de 10% à categoria. A comissão de greve exige reajuste salarial de 40% e aumento no valor da cesta básica de 150 reais para 400 reais.

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Greves não controladas pelos sindicatos oficiais são de difícil solução. O Rio teve, em pleno Carnaval, um problema semelhante, com uma greve de garis que não tinha apoio do sindicato da categoria. Decisões judiciais, nesse caso, são ignoradas, pois as figuras jurídicas que podem ser responsabilizadas não têm poder de influenciar a categoria num momento decisivo. Na terça-feira, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) determinou que pelo menos 70% dos rodoviários do Rio voltassem a trabalhar. Na liminar, a desembargadora Maria das Graças Paranhos, vice-presidente do TRT-RJ, fixou multa diária de 50.000 reais por descumprimento da decisão, que deverá ser paga pelo Sintraturb. Como se viu nesta quarta-feira, de nada adiantou, e ainda não se sabe se a multa efetivamente será aplicada – e paga.

Os três dias de paralisação deixaram um saldo de 642 ônibus depredados. O maior número de ataques ocorreu no dia 8 de maio, quando 467 ônibus foram alvo de depredações, segundo o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas da capital. Nesta quarta-feira, 17 ônibus foram depredados, segundo o Rio Ônibus.

Baixada – Motoristas e cobradores da Baixada Fluminense tentaram pegar carona no movimento dos rodoviários do município do Rio e deflagraram uma paralisação. A adesão, no entanto, é baixa. No início da tarde, a TransÔnibus, sindicato que representa 38 empresas da região, afirmou 86% dos ônibus estavam em circulação.

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