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Rio: 1 000 mortos em operações policiais, contabiliza um novo estudo

A marca, levantada pelo Instituto Fogo Cruzado, faz refletir sobre os rumos da segurança no Estado

Por Gustavo Silva Atualizado em 19 set 2022, 17h29 - Publicado em 19 set 2022, 17h29

Um novo levantamento do Fogo Cruzado, instituto que desde 2016 mede o número de mortos em operações policiais no Rio de Janeiro, acaba de chegar a uma preocupante marca redonda: foram ao todo 1 000 vidas ceifadas, entre bandidos e cidadãos de bem, durante o período da aferição. Nos últimos dois anos, a contagem deu uma boa subida – foram 378 pessoas mortas em meio a tiroteios. Ao todo, mais de 250 chacinas ocorreram na região metropolitana fluminense em seis anos – entre três e quatro por mês -, segundo o instituto. Considera-se chacina aquelas situações em que três ou mais civis são fatalmente alvejados. 

De acordo com os dados trazidos à  luz, a violência envolvida em ações policiais tem se acirrado na gestão Cláudio Castro, quando ocorreram três das operações mais letais do Estado. Diretora do Instituto Fogo Cruzado, Cecília Oliveira afirma que as chacinas são, historicamente, parte das engrenagens da política de segurança pública do Rio. “Há décadas, a política do estado tem na letalidade policial seu principal indicador de eficiência. Nossa polícia mata muito e, no entanto, não nos sentimos mais seguros por conta disso”, enfatiza ela, lembrando que a ação dos grupos armados não diminuiu e que a população de imensas áreas vem pagando um preço alto pela falta de efetividade dos governos. “São milhares de pessoas que, com frequência, têm seu direito de ir e vir interrompido: crianças ficam sem aulas, os idosos sem acesso ao posto de saúde, já que estão presos em casa, e mesmo os policiais se sentem acuados em conflitos”, diz Cecília. 

Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) lançou a medida ADPF 635, que vetou operações não urgentes em favelas cariocas, em decorrência da pandemia. Afinal, havia muita gente em casa, o que elevava o risco. Muitas dessas ações, porém, foram registradas justamente nestes tempos. Esse ano, o STF determinou que o governo do estado elabore uma estratégia para conter a letalidade policial. 

No mapa do Rio, mostra o levantamento, a violência se espalha de forma desigual. A Zona Norte, que compreende 87 bairros, lidera o ranking de mortes em operações da polícia, seguida da Baixada Fluminense e das zonas Leste e Oeste. A Zona Sul é de todas a menos atingida. O minucioso trabalho tem o mérito de apontar para algo que os especialistas têm repisado ao longo de décadas: a força pura e simples não dá conta do problema maior. O Rio precisa de uma política de segurança que envolva uma tropa bem treinada e inteligência em alto grau para que, de uma vez por todas, o confronto ceda lugar a um combate verdadeiramente firme e eficaz contra o crime. 

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