O artigo ‘Até tu, BNDES’ (publicado na extinta coluna Fatos, de J.R. Guzzo, em maio de 2019) é o texto jornalístico que fez, até agora, as acusações mais duras, levianas e indiscriminadas ao BNDES e ao seu corpo técnico. Como meros leitores, não como os empregados do BNDES indignados com tais injúrias, deveríamos esperar alguma proporcionalidade entre as acusações e as evidências apresentadas no texto. Porém, não encontramos. O texto imputa a todo o corpo funcional acusações graves, ao classificá-lo como ‘ladrões’, mas não informa aos leitores de que não existe qualquer condenação ou evidência que comprove a participação dos funcionários em atos ilícitos.
Não há nem mesmo delação premiada que envolva empregados do BNDES em atos de corrupção. Sobre os financiamentos a Cuba, Venezuela e Moçambique, todos foram feitos com garantias do Tesouro Nacional aprovadas por conselhos interministeriais, onde o BNDES não possuía voto. Vale ressaltar que também é uma falácia que o Banco obteve prejuízo, pois não perderá sequer um real com essas operações.
Também não há notícia de que o BNDES viva uma crise de inadimplência junto a caminhoneiros. Trata-se de uma forma de empréstimo igualmente segura, em que a garantia é o próprio caminhão. Quanto à Odebrecht, a companhia era financiada por instituições em todo mundo. Bancos multilaterais, bancos privados, mercado de capitais. Os desembolsos do BNDES para exportações de serviços de engenharia da empresa correspondem a menos de 10% da receita da Odebrecht no exterior (entre os anos 2010-2016).
Importante esclarecer também que o Banco esteve completamente protegido nos financiamentos ao Grupo X. O BNDES não chegou a desembolsar recursos para a Sete Brasil, ao contrário dos principais bancos privados nacionais.
De forma geral, a taxa de inadimplência do BNDES é muito baixa.
O artigo erra completamente o alvo. O que sobra? Acusações ofensivas e sem nenhum fato que as consubstancie. Não poderia ser essa a definição no dicionário de calúnia?