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‘Queria fazer trabalho independente’, diz secretário de Polícia do Rio

Pressionado, José Renato Torres coloca cargo à disposição e diz que “não poderia deixar a política derramar pelas entranhas” da instituição

Por Lucas Mathias Atualizado em 18 out 2023, 11h48 - Publicado em 18 out 2023, 11h35

O recém-empossado secretário de Polícia Civil do estado do Rio, José Renato Torres, decidiu colocar seu cargo à disposição, em meio a interferências políticas na pasta e a uma pressão sobre o governador Cláudio Castro (PL) por sua saída. A VEJA, Torres afirmou que “tinha a intenção de desenvolver trabalho técnico e independente”, mas “não poderia deixar a política derramar pelas entranhas” da instituição. Há duas semanas no cargo, o secretário assumiu em meio a uma parceria entre os governos estadual e federal na segurança pública e com gestão agitada, apesar de curta: foram cinco operações policiais no Complexo da Maré, além da investigação do crime que levou à morte de três médicos na Barra da Tijuca. 

“Não poderia deixar a política derramar pelas entranhas da nossa instituição. Minha chegada tinha a intenção firme de desenvolver um trabalho técnico e independente. Lutando por uma polícia mais forte. Disse ao governador que não aceitaria interferências políticas e coloquei o cargo à disposição”, disse Torres. 

Ainda na tarde de terça-feira, 17, Castro já havia decidido pela nova troca no comando da Polícia Civil. A Casa Civil do governo do estado encaminhou à Assembleia do Rio a minuta de um projeto de lei que muda o artigo 16 da Lei Orgânica da Polícia Civil, permitindo que delegados com menos de 15 anos no exercício da função assumam o comando da Secretaria. A mudança, que deve ser votada na Alerj, foi enviada com regime de urgência e busca abrir caminho para a chegada de um novo secretário para a pasta: Marcus Vinicius Amim Fernandes, nome mais cotado para a vaga e atual presidente do Detran-RJ, hoje não preenche o critério para ocupar o posto, já que tem apenas 12 anos como delegado.

A troca no comando da Polícia Civil é resultado da pressão política exercida pelos deputados estaduais da base do governador, sobre o próprio. Nas últimas semanas, o presidente da Alerj, ex-secretário e aliado de Castro nos últimos anos disse que era preciso “enfrentar esse problema da segurança pública que está machucando a população do Rio de Janeiro e cobrar medidas efetivas das autoridades competentes”. Correligionário do governador, o parlamentar Léo Vieira ressaltou o posicionamento, e disse que seria organizada uma CPI “para apurar o problema da segurança pública no estado”, com o endosso de outros deputados do PL. A iniciativa, de fato, chegou a ser proposta formalmente, o que foi usado como instrumento de barganha política. Com os passos atrás de Castro, a comissão também recuou e, ao menos por ora, não deve ser instalada.

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