Com bloqueios montados por policiais militares e fiscais da prefeitura, começou a funcionar na manhã desta segunda-feira o sistema de bloqueio de vans em 11 bairros da Zona Sul do Rio de Janeiro. O primeiro diagnóstico para o usuário de transportes coletivos nessa parte da cidade é de que, pelo menos na fase de transição, o transporte alternativo fez falta: desde cedo, ônibus e metrô circularam lotados, com pontos e estações repletos. A estimativa do secretário municipal de Transporte, Carlos Roberto Osório, é de que os ônibus têm capacidade ociosa para absorver o volume maior de passageiros, e que a acomodação se dará rapidamente, com melhorias para o trânsito nas vias desses bairros.
Para evitar que motoristas ou cooperativas insistissem em transitar na área do bloqueio, foram montados 24 pontos de fiscalização, com homens armados do Batalhão de Choque da Polícia Militar. O trânsito ao longo da manhã e no início da tarde era lento em grande parte das vias principais da Zona Sul, mas em razão principalmente de protestos de grupos de motoristas contrários à proibição de circulação em uma parte da cidade.
Em Botafogo – início de uma área de bloqueio – uma manifestação interditou, no início da tarde, as ruas São Clemente e Voluntários da Pátria. As pistas só foram liberadas por volta das 14h30, mas o trânsito, normalmente lento, continuou prejudicado. Os protestos foram escolhidos para locais de grande visibilidade e entroncamentos vitais para o trânsito na Zona Sul, como a Praça Sibélius, na Gávea, e na orla do Leblon, que tem faixa reversível no horário do rush da manhã.
O Sindicato dos Donos de Vans anunciou que pretende tentar, com auxílio do Ministério Público, entrar na Justiça contra a decisão do prefeito Eduardo Paes de vetar a circulação de vans em parte da cidade. Para os proprietários de vans, o prefeito privilegia as empresas de ônibus, que passam a ter exclusividade no transporte de passageiros em uma área onde as vans transportam, segundo o sindicato, cerca de 100 mil pessoas por dia.