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Promotoria denuncia 4 por morte de jovem gay no interior de SP

Ministério Público concluiu que crime foi premeditado e motivado por homofobia; Justiça decretou prisão preventiva dos acusados

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 fev 2017, 20h03 - Publicado em 10 fev 2017, 20h03
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  • O Ministério Público de Cravinhos (SP) denunciou nesta quinta-feira quatro pessoas pelo assassinato de Itaberli Lozano Rosa, de 17 anos. São eles: a mãe do garoto, Tatiana Ferreira Lozano, o padrasto, Alex Canteli Pereira, e os jovens Victor Roberto da Silva e Miller da Silva Barissa, que teriam sido contratados pelo casal para ajudar no homicídio, conforme a denúncia. Eles negam as acusações. Ontem, os quatro tiveram as prisão temporárias, que venceriam nesta sexta-feira, convertidas em preventiva (sem prazo definido). O crime aconteceu no dia 29 de dezembro na cidade do interior de São Paulo.

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    O promotor de Justiça Wanderley Baptista da Trindade concluiu que o crime foi premeditado pela mãe que não aceitava a homossexualidade do filho.”Apesar da boa relação que Itaberli e Tatiana nutriam no passado recente, nos últimos tempos foi marcada por desentendimentos, especialmente pelo fato de Itaberli ter assumido, publicamente, a homossexualidade, passando a experimentar rejeição e conflitos sociais e familiares”, escreveu Trindade.

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    Trindade elencou como prova uma mensagem postada por Itaberli em seu Facebook no dia 26 de dezembro — portanto, três dias antes do crime — em que escreve ter sido espancado pela mãe por ser gay. O promotor descreve ainda um episódio ocorrido no mesmo dia relatado por uma das testemunhas. “De posse de pedaço de pau e de machado, Tatiana disse-lhe: ‘Não vem aqui não, senão vou te matar’, ensejando discussão calorosa entre os dois e agressões verbais mútuas”.

    A Polícia Civil de Cravinhos (SP) finalizou o inquérito no fim da semana passada, com uma hipótese diferente: a mãe não matou o garoto por homofobia, mas porque se sentia ameaçada por ele. Apesar de terem uma relação conturbada, mãe e filho conviviam diariamente — ela era gerente de um supermercado grande da região e havia arranjado um emprego de auxiliar a Itaberli. Para a polícia, o motivo não foi a opção sexual do garoto, porque a mãe o acompanhara na delegacia alguns meses antes quando ele registrou um boletim de ocorrência contra um tio por ameaças homofóbicas.

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    As duas investigações, a da polícia e a do MP, convergem no tocante à autoria do assassinato. Para eles, foi a mãe que desferiu os três golpes fatais de faca no pescoço de Itaberli. Num primeiro depoimento, Tatiana confessou o crime, alegando legítima defesa. Depois, voltou atrás e disse quem o matou foram os dois jovens. A dupla, por sua vez, confirmou que foi chamada pela mãe para “aplicar um corretivo” em Itaberli, mas que deixaram o local do crime antes de ele ser morto.

    Tanto o promotor quanto a polícia consideraram crucial o depoimento de uma adolescente de 15 anos, que era namorada de Victor e conhecida de Tatiana. Ela foi recolhida à Fundação Casa por suposto envolvimento no homicídio. Em depoimento, ela contou que os dois jovens bateram em Itaberli até ele desmaiar. A mãe, então, pegou uma faca na gaveta da cozinha e o esfaqueou, segundo contou a garota.

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    Na sequência, o padrasto entrou em cena — ele teria ficado todo o tempo trancado no quarto com o filho, um menino de quatro anos. À polícia, ele disse que estava dormindo e não ouviu nada do que aconteceu. Tatiana e Alex enrolaram Itaberli — já sem vida — num edredom, levaram o corpo até um canavial e lá o incendiaram. Restos do cadáver só foram encontrados no dia 7 de janeiro, quando a polícia começou de fato a investigar o desaparecimento da vítima. 

    O Ministério Público denunciou os quatro pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel e por emboscada) e ocultação de cadáver. Se a Justiça aceitar a denúncia, eles deverão ser julgados por um tribunal do júri.

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