Em meio à crise de abastecimento de água que fez com que a água do Rio de Janeiro passasse a ter sabor e odor de barro, o Procon Estadual notificou treze estabelecimentos comerciais após verificar aumento de até 42% no preço do galão de água mineral. De acordo com o último balanço do órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, 25 denúncias de preço abusivo foram registradas. O caso mais grave relatava um aumento de mais de 400% no valor da água mineral.
Para averiguar a veracidade das denúncias, agentes do órgão e servidores do departamento de Estudos e Pesquisas fizeram um levantamento em estabelecimentos comerciais da Zona Sul, Zona Norte, Zona Oeste, Centro e Baixada Fluminense. Em um dos locais vistoriados, o preço do galão de 20 litros saltou de R$ 32,00, em dezembro, para R$ 45,00, no dia 15 de janeiro. Em outro caso, o valor do galão de água de 5 litros, comercializado a R$ 7,00 em 2019, passou a ser vendido a R$ 10,00.
Segundo o Procon, novas fiscalizações acontecerão para verificar as denúncias recebidas. Após a constatação dos fiscais, foi instaurado um processo administrativo e as empresas poderão ser multadas, com fundamento no Instituto da Lesão e Código de Defesa do Consumidor.
Entenda a crise da água
Desde os primeiros dias do ano, moradores de 71 bairros do Rio e de 6 municípios denunciam que recebem água com gosto e cheiro de terra. Segundo a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro (Cedae), a alteração foi causada pela geosmina, uma bactéria que não faz mal à saúde, mas que, de acordo com especialistas, se prolifera em ambientes altamente poluídos. O caso é investigado pela Delegacia de Defesa de Serviços Delegados, que coletou documentos e amostras de água, e convocou funcionários da estatal para prestar depoimento, entre eles, o presidente da companhia, Helio Cabral, o ex-chefe da ETA Guandu, Julio César Antunes, e Pedro Ortolano, que o substituiu.