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Presidente do Iabas também foi alvo da PF na Operação Placebo

Cláudio Alves França assinou o contrato de 835 milhões para a construção dos hospitais de campanha do governo do Rio

Por Cássio Bruno Atualizado em 26 Maio 2020, 17h30 - Publicado em 26 Maio 2020, 17h26

Figura presente em reuniões e nos corredores do Palácio Guanabara, Cláudio Alves França, atual presidente da Organização Social (OS) Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), também foi alvo da Operação Placebo, desencadeada no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na decisão que autorizou as ações de busca e apreensão pela Polícia Federal nesta terça-feira, 26, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, afirmou, entre outras coisas, a existência de “prova robusta” de fraudes nos processos que levaram a contratação da instituição para gerir os hospitais de campanha do governo estadual para tratarem pacientes com o novo coronavírus.

A Operação Placebo foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo STJ. A decisão do ministro Benedito Gonçalves determinou o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão em residências e escritórios de membros do governo Wilson Witzel (PSC). Além da residência oficial do governador, o Palácio Laranjeiras, as ações ocorreram na antiga casa da família de Witzel, no bairro do Grajaú; no escritório de advocacia de sua mulher, Helena Witzel.

No cargo desde fevereiro deste ano, Cláudio França é o quinto presidente do Iabas desde 2018. Em junho daquele ano, Luiz Eduardo Cruz, que comandou a OS, foi preso sob a suspeita de ter desviado ao menos 6 milhões de reais da Secretaria municipal de Saúde do Rio à realização de cursos de pós-graduação para médicos. Desde então, as trocas na presidência do Iabas são frequentes. Na denúncia da força-tarefa da Lava Jato no Rio, que desencadeou a Operação Favorito, por exemplo, os procuradores citam o advogado paranaense Antônio Carlos Romanoski, o Roma, ex-presidente, como responsável pelo Iabas.

Foi Cláudio França quem assinou o contrato entre o Iabas e o governo do Rio no valor de 835 milhões de reais para a implantação de 1.400 leitos em hospitais de campanha. As obras até hoje não foram concluídas. Também aparecem no documento os nomes do ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos e do ex-subsecretário executivo da pasta Gabriell Neves. Os policiais federais estiveram nas casas de Santos e Neves, onde apreenderam computadores e documentos. O ex-subsecretário está preso em Bangu 8 após a Operação Mercadores do Caos.

Em 2016, Cláudio França já trabalhava no Iabas. Sua função era de gerente-geral. Ficava responsável por um orçamento de 264 milhões de reais e o gerenciamento de mais de 70 serviços de saúde. Na sua equipe, havia 15 Coordenadores diretos e 3.500 indiretos. Apesar de possuir um escritório no Centro do Rio, a sede principal do Iabas fica em São Paulo. A OS existe desde 2009. Em meio aos contratos milionários fechados juntos ao poder público em vários estados, sempre houve uma briga pelo controle do Iabas entre Luiz Eduardo Cruz e Luciano Artioli Moreira, que atualmente aparece no quadro societário como diretor da instituição. VEJA apurou que Cláudio França é ligado ao grupo de Luciano. Após o escândalo de corrupção, atas, balanços financeiros e outros documentos que deveriam ser público desapareceram do site oficial da instituição.

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