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Prefeito suspeito de promover extermínio de cães no Pará é afastado

Ministério Público do estado acusou prefeito de usar o cargo para ameaçar testemunhas

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 jun 2013, 08h17
Cães capturados por moradores da cidade de Santa Cruz do Arari, no Pará
Cães capturados por moradores da cidade de Santa Cruz do Arari, no Pará (VEJA)

Acusado de autorizar o extermínio de cães em Santa Cruz do Arari, na Ilha de Marajó, o prefeito Marcelo Pamplona (PT) foi afastado do cargo por 90 dias por decisão liminar da Justiça local. O juiz da comarca de Soure, também no arquipélago paraense, assinou a medida cautelar depois que o Ministério Público acusou o prefeito de tentar impedir o andamento das investigações.

Segundo o MP, o prefeito estava usando o seu poder político para intimidar testemunhas. Até o momento, foram ouvidas oito pessoas, entre moradores e funcionários da prefeitura. Eles prestaram depoimento em Cachoeira do Arari, a uma hora de viagem de Santa Cruz do Arari, por temer retaliações e perseguições por parte do prefeito.

Um servidor público assumiu que participou da caça aos cães. Outro denunciante disse que presenciou maus tratos cometidos a animais. As acusações foram reforçadas por um vídeo, gravado no dia 28 de maio, que mostrava pessoas – e algumas crianças – capturando cães pelas ruas da cidade.

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A Polícia Federal do Pará afirmou que um morador de Santa Cruz do Arari, cujo nome foi mantido em sigilo, havia feito uma denúncia contra o prefeito. Segundo o depoimento, Pamplona pagou cinco reais por cada cachorro apreendido e dez reais, por cada cadela. Colocados em embarcações, os animais eram enviados para zonas rurais da região e alguns eram lançados no rio.

A médica veterinária do Ministério Público do Pará, Maria do Carmo, disse ao site de VEJA que os cães foram encontrados sob a proteção da população ribeirinha na Ilha dos Franceses, a seis horas de Santa Cruz do Arari. Por causa da condição de extrema pobreza dos cuidadores, a maioria dos animais estava subnutrida.

Com o apoio de Organizações Não-Governamentais e dos próprios ribeirinhos, duas operações de resgate foram realizadas. Em 20 dias, 81 cachorros foram trazidos para um abrigo no distrito de Outeiro, em Belém. Cinco veterinárias trabalham como voluntárias no local. O objetivo é tratar dos animais e encaminhá-los para adoção. “Já tem bastante gente interessada em acolhê-los”, disse Maria do Carmo.

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A veterinária informou que houve uma morte por inanição entre os cães resgatados. A maior parte dos cães apresenta marcas de agressão pelo corpo – um deles tem as pernas machucadas por fios de arame. Os cachorros estão sendo alimentados por meio de doações de moradores da capital paraense e das ONGs. Segundo Maria do Carmo, muitas pessoas manifestaram o interesse em adotar os animais.

Inquérito – Dois dias depois de ter sido denunciado, o prefeito Marcelo Pamplona exonerou do cargo o secretário do transporte do município, Luiz Beltrão. De acordo com o Ministério Público, uma das embarcações utilizadas para o translado dos cães pertencia à prefeitura.

Foi aberto, assim, uma ação por improbidade administrativa contra o prefeito. Segundo o procurador de justiça Nelson Medrado, ele “usou a máquina pública” para promover a matança dos cães. Além do barco, o prefeito também utilizou um ginásio público para concentrar os animais. No local, servidores públicos recebiam os cães e entregavam a recompensa para os “caçadores”.

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O Ministério Público ainda avalia se o prefeito deve ser denunciado por crime de maus tratos contra animais silvestres, domésticos e exóticos. A pena prevista para esse crime de três meses a um ano de prisão. O prefeito Pamplona não foi encontrado pela reportagem.

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https://www.youtube.com/embed/AMr_m5JmkEg
Agressão no pet shop

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Em outubro de 2012, um vídeo mostrou cães sendo maltratados no pet shop Quatro Patas, no bairro de Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio de Janeiro. Nas imagens, gravadas por uma testemunha dos maus tratos, o filho da dona do estabelecimento, Daniel Barroso, de 20 anos, é flagrado agredindo cães durante o banho. O rapaz dá tapas e socos nos animais – a maioria de pequeno porte e de raças dóceis. Um labrador preto, dominado pela coleira e sem reagir, é empurrado contra a parede e recebe golpes na cabeça com uma garrafa de plástico. Outro cão parece se afogar enquanto uma grande quantidade de água é jogada em seu focinho. A mãe do rapaz, Solange Barroso, na época disse que não sabia do fato, mas apareceu em um dos vídeo das agressões.

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Rogério Povilaitis Dominguez jogou 2 animais do 6° andar de prédio em Copacabana, no Rio de Janeiro (VEJA)

https://videos.abril.com.br/veja/id/5eb778bbe4b6fa85e714d8f251b6aba4
Poodle apanha de mãe e filho

Uma mulher foi filmada ensinando seu filho pequeno a agredir um cão da raça poodle toy em um condomínio na Zona Norte de Porto Alegre (RS). O registro foi feito por um vizinho no dia 13 de maio de 2013. As imagens mostram a mulher no andar térreo lançando o cão contra a parede e estimulando o filho a dar pontapés no animal. Ela também aparece no vídeo segurando um bebê de colo enquanto bate no filhote. O animal foi resgatado e adotado pelo subsíndico do condomínio. A agressora acabou indiciada por três crimes: maus-tratos contra animais, maus-tratos contra crianças e constrangimento de menores.

 

https://www.youtube.com/embed/Z-AkerkZEH4
Yorkshire morre após agressão

A enfermeira Camila Corrêa Alves de Moura Araújo dos Santos, de 22 anos, foi flagrada por um vizinho espancando uma cadela da raça yorkshire em dezembro de 2012, em sua casa em Goiás. O cachorro morreu. Na gravação, Camila aparece arremessando o animal e batendo diversas vezes nele com um balde diante da filha de 1 ano e meio. O vídeo causou uma onda de protestos nas redes sociais e teve quase 1,5 milhão de acessos. Em seu depoimento, a enfermeira afirmou que não estava nervosa quando praticou a agressão. Ela disse à polícia que bateu na cadela porque chegou em casa e encontrou sujeira de fezes e urina do animal. 

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Cachorro rottweiler, denominado Lobo, foi arrastando por vários quarteirões em Piracicaba, após ter sido amarrado por uma corda em uma picape, em São Paulo (VEJA)

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