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Pose com o inimigo

A polícia do Rio marcou um tento ao prender o chefe do tráfico na Rocinha, mas a vitória perdeu o efeito quando policiais tiraram selfies com o bandido

Por Da Redação 7 dez 2017, 19h29

Policiais civis suam a camisa, investigam, localizam, montam o cerco e, enfim, capturam o criminoso procurado há meses. E aí fazem o quê? Tiram uma selfie, com o bandido. Ou várias. As fotos dos agentes de fuzil, sorrindo com o chefão do tráfico Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, varreram as redes sociais e empanaram um raro trabalho benfeito da desacreditada polícia do Rio de Janeiro. O fato de agentes da lei não entenderem que confraternizar com bandidos é inadequado diz muito sobre as alturas éticas em que vivem os policiais.

Rogério 157 foi o estopim da guerra de quadrilhas que em setembro espalhou pânico e terror na Rocinha, a maior favela da cidade, em plena Zona Sul. Instalado no comando do tráfico local por Antônio Bonfim Lopes, o Nem, detido em presídio de segurança máxima em Porto Velho, Rogério 157 deu uma rasteira no chefe. Nem reagiu, mandou removê-lo, e a fuzilaria explodiu. Rogério 157 conseguiu escapar do inimigo e da polícia e se firmou no controle na Rocinha até quarta-feira (6), quando acabou capturado às 6 da manhã em outra favela, na Zona Norte. Estava deitado em uma cama, sob um cobertor, de cueca, unhas feitas, cabelo e cavanhaque bem aparados e Rolex no pulso.

O bandido tentou fingir que era outra pessoa, mas os policiais, que foram selecionados porque o conheciam, já desconfiavam que ele se refugiava nas redondezas — o coordenador da operação, delegado Gabriel Ferrando, atuou na delegacia da Rocinha durante dois anos. O traficante foi encaminhado para a penitenciária Bangu 1. Depois das fotos, claro. O delegado Ferrando reprovou as poses comemorativas e disse que os envolvidos seriam investigados — isso antes de vazar na internet uma selfie dele mesmo com Rogério 157. O secretário de Segurança, Roberto Sá, pôs panos quentes, atribuindo a gracinha à “euforia” geral. Na Rocinha, enquanto isso, nada de sorrisos felizes. Sob o domínio do Comando Vermelho, aliado de 157, o morro corre o risco de ser invadido outra vez pelos bandidos da facção de Nem, a Amigos dos Amigos.


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