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Por terra, mar e ar

PF desmantelou uma quadrilha que só entre 2017 e 2018 transportou 9 toneladas de cocaína para o Brasil, e daqui para a América do Norte, Europa e África

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 mar 2019, 07h00 - Publicado em 1 mar 2019, 07h00

Restritas à área de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, as investigações do promotor Lincoln Gakiya só obtiveram êxito porque a cúpula do PCC estava encarcerada — e concentrada — no mesmo local há mais de onze anos. Essa lógica não se aplica às operações contra o tráfico internacional de drogas, para o qual não existem fronteiras. Com a ajuda dos departamentos de inteligência dos Estados Unidos e do Suriname, a Polícia Federal desmantelou uma quadrilha que só entre 2017 e 2018 transportou 9 toneladas de cocaína da Bolívia, Colômbia e Venezuela para o Brasil, e daqui para a América do Norte, Europa e África.

O chefe da quadrilha, João Soares Rocha, é apontado como dono de madeireiras, garimpos, postos de gasolina, fazendas com cabeças de gado e até de um hangar inteiro em Goiás. Ao todo, a Justiça decretou o confisco de 47 aeronaves. Segundo a PF, ele tinha ligações com os megatraficantes Fernandinho Beira-Mar e Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca.

O translado da droga era feito por diferentes meios. Além dos aviões, a polícia apreendeu um submarino — de aparência mal-ajambrada, mas funcional: carregava 8 toneladas de cocaína — numa baía no Suriname. Dentro dele, havia anotações de coordenadas para chegar à costa africana e europeia. Sobre o vizinho Suriname, um integrante da quadrilha, ainda foragido, comentou em uma conversa grampeada: “Aqui mandamos na metade da terra. A outra metade tá no bolso”. O transporte também era realizado por aviões modificados para voar mais rápido e transportar mais droga. Alguns pilotos eram ases: conseguiam abastecer em pleno voo e sabiam consultar os sistemas da Força Aérea Brasileira para driblar os radares. Um deles, foragido, foi identificado como membro da Aeronáutica colombiana. Nem todos eram tão habilidosos: pelo menos três pilotos morreram em acidentes aéreos no Brasil. E um escapou por pouco. “Foi decolar pesado demais (de cocaína), quebrou o avião e nem saiu do chão”, captou uma escuta.

Publicado em VEJA de 6 de março de 2019, edição nº 2624

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