A polícia prendeu nesta quinta-feira o casal apontado como líder do grupo conhecido como “Gangue das Loiras”, que chegou a praticar roubos a condomínios e depois se especializou em sequestros-relâmpagos. Wagner Gonçalves e Monique Awoki Casiota, a única morena da quadrilha, foram encontrados no bairro de Vila Tupi, na Praia Grande, litoral sul de São Paulo. Eles foram levados ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Nesta quarta-feira o site de VEJA informou, com base em entrevista realizada com o delegado Joaquim Dias Alves, responsável pelas investigações que levaram até a descoberta da quadrilha, que Wagner Gonçalves já havia sido capturado pela polícia. Mais tarde, entretanto, a informação foi retificada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (SSP). O homem preso era Vagner Dantas da Silva, marido de uma das integrantes do bando. Ele prestou depoimento e foi librado.
Confusão e sedução – Nesta quarta-feira, Alves se disse surpreso com a organização do grupo. Segundo o delegado, “a atuação das moças lembra os filmes de Hollywood”. “Não me lembro do título, mas tenho certeza que já vi um filme igualzinho”.
De acordo com Alves, a quadrilha buscava seduzir e confundir as vítimas. As assaltantes, todas bonitas e sempre bem vestidas, são parecidas entre si, o que dificultaria uma identificação. O alvo: mulheres, também loiras, que eram abordadas dentro de estacionamentos – principalmente de shoppings – e sequestradas. “Nesse momento entrava em ação uma segunda loira, que pegava os cartões e ia fazer compras”, contou Alves.
No interior das lojas, as assaltantes esbanjavam charme e simpatia e procuravam atendentes do sexo masculino como estratégia. “Os homens ficavam babando, todos bobos”, disse o delegado. “Temos imagens que mostram seguranças dessas lojas ajudando as meninas, levando as compras realizadas com cartão roubado até o carro delas”.
Segundo um levantamento do DHPP, dessa forma o bando realizou cerca de 50 crimes apenas em São Paulo. O número, contudo, pode ser muito maior, já que a atuação da Gangue das Loiras não se restringia ao estado.
“Elas são nacionais”, concluiu Alves. “Acreditamos que pegavam aviões, desciam em outros estados e cometiam o mesmo crime. Sempre utilizando carros quentes, que não foram roubados. Poucas vezes em minha vida vi algo assim”.