Polícia mata piloto da quadrilha de Playboy
Jean Raynee da Silva Andrade foi baleado em confronto com policiais. Segundo os agentes, ele usava as redes sociais para zombar da polícia
A caçada ao piloto que aterrorizava os caminhoneiros na região da Pavuna, na Zona Norte do Rio de Janeiro, terminou. Cinco dias depois de matarem o chefe do bando, Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) fecharam o cerco ao criminoso Jean Raynee da Silva Andrade, na Favela da Quitanda , também no Complexo da Pedreira, em Costa Barros. Houve intenso confronto e Jean Piloto, como era conhecido, acabou baleado. Socorrido no hospital de Acari, ele não resistiu e acabou morrendo. Jean gostava de usar o Facebook para zombar da polícia e até enviar recados. Chegou a ameaçar um delegado de morte e, na madrugada de quarta-feira, postou o refrão de uma música feita em homenagem a Playboy, avisando que a vingança da quadrilha seria assassinar 75 policiais.
De acordo com o delegado Marcelo Martins, na manhã de hoje, Jean e o novo chefe do tráfico da Pedreira, Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat, atacaram mais uma vez. No município de Itaguaí, próximo à Rodovia Presidente Dutra, eles roubaram um caminhão frigorífico e levaram para a favela. “Vínhamos no encalço dele há cerca de seis meses. Tentamos interceptar um roubo há duas semanas, mas ele escapou. Desta vez, conseguimos cercar”, diz o chefe da DRFC, que coordenou a operação.
Jean Piloto parecia tranquilo. Minutos antes da chegada da polícia, chegou a postar em sua página na rede social uma foto de Playboy deitado na cama. De acordo com os investigadores, o assaltante havia obrigado moradores da favela a lhe dar abrigo sempre que precisasse. A casa desta vez foi descoberta. Houve troca de tiros e ele acabou baleado. Com Jean, foi apreendida uma pistola Glock com o kit rajada (capaz de disparar como metralhadora).
Em junho, uma reportagem do site de VEJA mostrava, em vídeo, a ação de Jean Piloto e seu bando. Na ocasião, o alvo foi o caminhão de cigarros com cerca de 200 000 reais em mercadoria. Ao longo das investigações, ele chegou a postar no facebook mensagens de revolta pelo fato de sua mãe ter sido presa escondendo um fuzil. Seu bordão de ironia era: “Se a felicidade existe alguém me fala aonde ela está que eu vou lá rouba (sic)”.