Planalto planeja colocar Eletrobrás como sócia do trem-bala
Projeto exigirá a construção de ao menos 12 subestações de energia, diz jornal
Faltam pouco mais de dois meses para que as empresas interessadas em participar do leilão de concessão do trem-bala que ligará São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro entreguem suas propostas. E uma informação divulgada nesta terça-feira deve esquentar a disputa. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o Planalto quer colocar a Eletrobrás como sócia do projeto, orçado em 33 bilhões de reais.
Para abastecer o consumo elétrico do trem-bala, será necessária a construção de ao menos 12 subestações de energia de 80 megavolts-ampère (MVA) – isso equivale ao consumo de cerca de 200.000 residências. Por causa disso, as empresas interessadas do projeto já trabalhavam com a possibilidade de fazer sociedade com empresas elétricas após o leilão, que deve ocorrer em abril. Agora, segundo o jornal, as concorrentes já admitem formar parcerias antes mesmo do leilão.
Ao elaborar o estudo de viabilidade do trem-bala, o governo deixou de fora o custo da construção das linhas de transmissão. Ou seja, gastos estimados em pelo menos 1 bilhão de reais acabaram excluídos do orçamento total do projeto. O edital do estabelece que cabe ao vencedor do leilão a construção das linhas que serão responsáveis pelo abastecimento de energia – ainda que isso não esteja especificado no estudo.
O governo vai subsidiar até 5 bilhões de reais das operações de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinadas à construção da linha do trem-bala. De acordo com a Media Provisória publicada em novembro passado, o governo poderá garantir o financiamento de até 20 bilhões de reais entre o BNDES e o concessionário que irá explorar o sistema. A garantia da União ao financiamento estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior, e à adimplência do concessionário.