A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira uma operação com o objetivo de desarticular uma quadrilha que atuava em treze Estados. Segundo a PF, o grupo chegou a movimentar bilhões de reais através de jogos do bicho, máquinas caça-níqueis e emissão de bilhetes de loteria disfarçados como títulos de capitalização.
Para a realização da Operação Trevo, foram deslocados 300 agentes, que cumprem doze mandados de prisão temporária, 24 de prisão preventiva, 57 de busca e apreensão e 47 de sequestro de valores, bens imóveis e de automóveis de luxo. A operação ocorre em Pernambuco, Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. A PF conta ainda com o apoio da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, da Superintendência de Seguros Privados e da Receita Federal.
De acordo com a PF, a organização criminosa arrecadava valores por meio de loterias estaduais, posteriormente repassados a entidades filantrópicas de fachada. Assim, o dinheiro retornava ao grupo por um “procedimento suspeito, com fortes indícios de lavagem de dinheiro”.
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Um dos segmentos do grupo, com sede instalada em São Paulo, era o responsável pelo fornecimento de máquinas caça-níqueis para diversos Estados, inclusive para o exterior. Já outro ramo atuava como instituição seguradora de diversos pontos de jogo do bicho no Nordeste, praticando também lavagem de dinheiro.
Apenas o “tronco principal” da organização conseguiu movimentar bilhões de reais. Este segmento cuidava tanto de jogo do bicho como da comercialização de bilhetes lotéricos, ocultados a título de capitalização para se apropriar de valores que deveriam ser instituições beneficentes.
Segundo a PF, os investigados podem responder pela prática de crimes contra o sistema financeiro, contrabando, jogo de azar e lavagem de dinheiro. Se somadas as penas, ultrapassam o limite de trinta anos.