Pesquisa: Cai a popularidade de Lula e segurança pública é dor de cabeça
Levantamento da Atlas indica que, pela primeira vez, maioria classifica o governo petista como "ruim" ou "péssimo"

Pesquisa Atlas divulgada nesta terça-feira, 21, registrou queda na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apontou a crise na segurança pública como um dos maiores focos de insatisfação. Agora, seu desempenho é aprovado por 49,6% da população, uma queda de cerca de três pontos percentuais em relação a agosto, quando foi registrada sua melhor marca desde o início deste mandato. Ainda assim, mais pessoas aprovam sua gestão, ante 47,3% que desaprovam e outros 3,1% que não souberam responder. Quando questionados sobre a qualidade do trabalho, porém, a maioria, 45,1%, classifica o governo como ruim ou péssimo. O levantamento, que ouviu 5,2 mil pessoas nos últimos dias, apontou ainda que o chefe do Planalto segue com melhor desempenho entre mulheres, mais jovens, com menor escolaridade e de menor renda, e com os mesmos obstáculos que já encontrava no período eleitoral.
Entre os homens, Lula é aprovado por 42,8%, ante 55,9% entre as mulheres. No recorte por faixa etária, o presidente vai melhor entre aqueles que têm entre 16 e 24 anos (64,1% de aprovação), mas pior com quem tem de 25 a 34 anos, quando esse percentual cai para 41,4%. Seu maior desafio segue sendo atrair evangélicos: no grupo dos que se declaram dessa maneira, apenas 36,8% aprovam a gestão do petista, seu pior desempenho por segmento.
Pessoas com menor escolaridade, até o ensino fundamental, aprovam mais o governo Lula (55,1%) do que aquelas que têm ensino médio (49,1%) e ensino superior (43,7%). E o Nordeste segue como a região que melhor avalia o chefe do Planalto, com 59,5% de aprovação, ao contrário do Sul, onde o petista chega a apenas 38,8%. No Sudeste, esse mesmo percentual é de 48,1%, ante 49,1% que desaprovam seu trabalho.
Queda na popularidade
O percentual de pessoas que classificam o governo Lula como ruim ou péssimo (45,1%) ultrapassou pela primeira vez, desde janeiro, aqueles que o classificam como ótimo ou bom (42,7%). Outros 10,7% o avaliam como regular. O resultado é puxado para baixo pelos segmentos que já apresentam resistência ao nome do petista nos últimos anos: pessoas com renda familiar acima de 2.000 reais, entre 35 e 44 anos, evangélicos e homens — setores em que o presidente tem o pior desempenho, de acordo com a pesquisa.
Entre as áreas de atuação do governo, a população avalia que a condução é melhor nas relações internacionais (47% classificam como ótima), nos direitos humanos (44%) e na redução da pobreza (42%). As piores impressões estão na responsabilidade fiscal e no controle dos gastos (42% avaliam como péssimo), no combate à corrupção (41%) e na segurança pública (41%), que tem se apresentado como uma dor de cabeça para o Planalto nas últimas semanas.
Prova disso é que, quando questionados sobre os principais problemas do Brasil no momento, 60,8%, a maior parte, responde “criminalidade e tráfico de drogas”; “corrupção” é citada por 50,2%.