PCdoB elege ex-prefeito Edvaldo Nogueira em Aracaju
Ex-prefeito que faz oposição a Michel Temer virou eleição na reta final e superou o deputado Valadares Filho por margem ínfima de votos
Numa das disputas eleitorais mais apertadas do país no segundo turno, o ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) foi eleito em Aracaju (SE) com uma margem ínfima de votos neste domingo – 11 836 votos de vantagem. Edvaldo representava uma das únicas chances de a oposição ao presidente da República, Michel Temer, conquistar uma capital no Nordeste. O PT só elegeu um prefeito de capital, em Rio Branco (AC), região Norte.
O comunista superou por 52,11% a 47,89% o deputado Valadares Filho (PSB), que fazia uma campanha antagônica ao PT e ao governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB). Ele virou a eleição neste domingo – as pesquisas do Ibope apontavam empate técnico até a noite de sábado, mas sempre deram a liderança numérica a Valadares Filho.
O candidato do PCdoB apresentou-se como a “renovação do momento” e nome experiente e alinhado ao governo estadual. Mostrou obras realizadas no passado, como conjuntos habitacionais que substituíram casebres em favelas. O comunista também fez críticas diretas à Operação Lava-Jato e vinculou o adversário ao atual prefeito João Alves Filho (DEM), cuja reeleição foi reprovada nas urnas – ele parou no primeiro turno, com apenas 10% dos votos válidos. Na ocasião, Edvaldo liderou a votação, também com margem apertada sobre Valadares Filho.
O candidato do PSB rebatia o discurso de Edvaldo, a quem chamou de “candidato do passado” pelo fato de o comunista ter sido prefeito por dois mandatos – um deles herdado do petista Marcelo Déda [morto em 2013 quando governava o Estado].
O deputado adotou uma estratégia de marketing de se autodenominar uma renovação na política – embora saiba-se bem que seu grupo político esteja longe de representar uma novidade. Ele é filho do senador e ex-governador Antonio Carlos Valadares (PSB), coordenador da bancada federal de Sergipe. Ele não conseguiu transformar em voto a popularidade que tentaram lhe emprestar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).