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Pai da rainha Silvia da Suécia foi um herói, não um nazista

Por Jochen Luebke
9 ago 2011, 13h56

A conclusão nesta terça-feira de investigação, realizada a pedido da rainha Silvia da Suécia, sobre um passado nazista de seu pai, diz que o alemão Walther Sommerlaths pode ter sido um herói que ajudou um empresário judeu a fugir da Alemanha para o Brasil.

“Não tive medo do que poderia encontrar quando comecei a procurar nos arquivos. Sabia que não havia motivo de preocupação”, disse a rainha, em entrevista ao jornal Goetheborgs-Posten, publicada nesta terça-feira, e postada no site da coroa.

A soberana, nascida Silvia Renate Sommerlath, em Heidelberg, em 23 de dezembro de 1943, filha da brasileira Alice Soares de Toledo e do empresário alemão Walther Sommerlath, que se tornou presidente da subsidiária brasileira da metalúrgica Uddeholm, é casada com o rei Carl XVI Gustaf da Suécia.

A rainha anunciou há alguns meses ter solicitado um relatório sobre as atividades de seu pai, no Brasil e na Alemanha entre 1930 e 1940, depois de especulações sobre suas controversas relações com o regime nazista.

Embora se soubesse há tempos que Sommerlath se afiliou ao Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP), em 1934, quando vivia com a família no Brasil, ela sempre insistiu que o pai não se envolvera politicamente, mas tinha sido forçado, assim como muitos outros.

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Em maio deste ano, o canal privado TV4 revelou que Walther Sommerlath havia se aproveitado do programa nazista para se apoderar de uma empresa que pertenceria ao empresário judeu Efim Wechsler, em 1939.

Ao contrário do que foi divulgado, no entanto, segundo um relatório de 34 páginas publicado nesta terça-feira e redigido pelo sueco Erik Norberg, auxiliado pelo também historiador brasileiro, Luis Morales, os arquivos indicam que Sommerlath estava ajudando Wechsler, através da troca de uma propriedade (uma plantação de café no Brasil pela empresa do judeu em Berlim), para permitir que Efim Wechsler pudesse deixar a Alemanha, emigrando para o Brasil em junho de 1939.

Sommerlath saiu da Alemanha e se instalou no Brasil em 1920, aos 20 anos. Foi no país que conheceu e se casou com a mãe brasileira da rainha, Alicia, cuja família era proprietária de uma grande plantação de café.

Voltou com a família para a Alemanha e, em 1939, tomou o controle da empresa de eletrodomésticos Wechsler, em Berlim, tendo sido pressionado a transformá-la em máquina de guerra nazista, fornecendo suprimentos militares, segundo o informe do historiador sueco.

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A fábrica foi destruída em um bombardeio em 1944 e a família retornou ao Brasil, em 1947.

Silvia Sommerlath conheceu o rei da Suécia, Carl XVI Gustaf, nos Jogos Olímpicos de Munique de 1972, onde trabalhava como intérprete.

Walter Sommerlath, que retornou vivo ao Brasil, após a guerra, morreu em 1990. Segundo o relatório, uma troca de cartas, em 1947, deixa a entender que ele chegou a receber notícias de Efim Wechsler.

Em 1949, Wechsler entrou com um pedido de indenização pelos bens perdidos na Alemanha antes da guerra, mas não pela firma berlinense que teria trocado com o pai da rainha, segundo a investigação. Efim Wechsler morreu no Brasil, em 1962.

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Para a elaboração do relatório, os historiadores Erik Norberg, ex-chefe dos arquivos do reino, e o brasileiro Luis Morales, consultaram arquivos alemães, brasileiros e americanos.

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