Oficial da Marinha paraguaia morre em tiroteio na fronteira com o Brasil
Contrabandistas que tentavam levar mercadorias a Foz do Iguaçu entraram em confronto com as forças armadas
Um tiroteio pesado ocorreu na madrugada desta quinta-feira, dia 16, no Rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai. O confronto entre a Marinha Paraguaia e contrabandistas ocorreu na margem de Ciudad del Este num local conhecido como “Kuwait”, mas dezenas de disparos foram ouvidos do lado brasileiro em Foz do Iguaçu (PR) (confira o vídeo abaixo).
O oficial Marcos Gabriel González, de 22 anos, levou um tiro na cabeça e acabou morrendo na madrugada desta sexta-feira, dia 17. O conflito acabou com 35 pessoas presas. Segundo as autoridades paraguaias, os militares teriam sido emboscados pela quadrilha durante uma patrulha no rio.
A VEJA, um agente da Receita que trabalha em Foz do Iguaçu afirmou que esse tipo de confronto está acontecendo “geralmente duas vezes por semana”. “Está tendo um aperto na fiscalização na região e isso está provocando o confronto”, disse o agente que falou sob condição de anonimato.
Os contrabandistas e traficantes geralmente fazem a travessia à noite para despistar a fiscalização. Eles transportam uma série de mercadorias – as mais comuns e valiosas são cigarros, celulares e maconha. Do lado brasileiro, há diversos portos clandestinos no Rio Paraná que são montados no meio da mata.
A polícia paraguaia fez nesta quinta-feira uma operação de buscas no bairro próximo à margem do rio. Na ação, encontrou uma caixa de binóculos noturnos, equipamentos de comunicação, duas embarcações motorizadas e 69 gramas de maconha. À imprensa paraguaia, o comandante da Armada Nacional reconheceu hoje as limitações do país na missão de fiscalizar a extensão da fronteira: “Não somos a Marinha dos Estados Unidos”.
Familiares dos presos relataram que tiveram as suas casas invadidas e foram torturados na hora da detenção. Diante dessa acusação, a Armada paraguaia divulgou uma nota, dizendo que abriu uma investigação para apurar as denúncias de violação aos direitos humanos.