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Obama quer pressionar europeus sobre crise da dívida na cúpula do G20

Por Da Redação
1 nov 2011, 19h57

Macarena Vidal.

Washington, 1 nov (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegará à cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) com uma missão principal: mostrar aos europeus a necessidade de tomar medidas para enfrentar a crise da dívida e evitar um contágio em nível mundial.

Os EUA multiplicaram nos últimos meses, direta ou indiretamente, suas chamadas aos europeus para que tomem medidas efetivas, após comprovar com alarme que a crise da dívida na zona do euro começava a ameaçar sua própria recuperação econômica.

O anúncio na semana passada de um acordo com o qual a União Europeia (UE) espera solucionar definitivamente a crise foi saudado por Obama como um primeiro passo ‘essencial’.

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Em sua primeira reação, o presidente americano frisou que ‘não há dúvida que progressos foram alcançados’. Porém, imediatamente depois, especificou que ‘agora a chave é garantir que haja um acompanhamento firme dos planos apresentados’.

Segundo lembrou, ‘se a Europa permanece fraca, se não cresce, como nosso maior parceiro comercial, isso vai ter um impacto em nossas empresas e em nossa capacidade de criar empregos aqui nos EUA’.

Em um artigo publicado no jornal ‘Financial Times’ na sexta-feira, Obama destacou que é importante ‘recapitalizar os bancos europeus, traçar um caminho sustentável para a Grécia e enfrentar os assuntos estruturais da crise’.

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Além disso, Obama ressaltou a importância de cada país fazer um esforço para que o crescimento global seja equilibrado e sustentável e evitar cair em velhos desequilíbrios.

Isto significa que alguns países terão que enfrentar seus próprios desafios fiscais, frisou o presidente americano.

O pacto europeu inclui um corte de 50% da dívida grega em mãos privadas, a recapitalização dos bancos com 106 bilhões de euros e a ampliação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para que sua capacidade de intervenção alcance até um trilhão de euros.

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O quarto capítulo do acordo inclui novas medidas de consolidação fiscal por parte dos países que precisam de finanças públicas mais sustentáveis e mais reformas estruturais.

A cúpula da zona do euro também decidiu iniciar o processo para estudar uma possível reforma dos tratados com o objetivo de reforçar a convergência econômica, aumentar a disciplina fiscal e aprofundar a união econômica.

No entanto, se Obama buscará na cúpula de Cannes que os europeus aprofundem seu acordo, o fato é que o americano não chega em posição para pressioná-los.

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A recuperação econômica americana ainda está debilitada, apesar dos últimos dados do Produto Interno Bruto (PIB) revelarem um crescimento superior ao esperado, uma taxa anualizada de 2,5%.

Porém, a Casa Branca e o Congresso, onde a oposição republicana controla a Câmara dos Representantes, se encontram enredados em um ponto morto sobre o plano para fomentar a criação de emprego que Obama propôs no início de setembro, avaliado em US$ 447 bilhões.

Diante do bloqueio republicano, a Casa Branca optou por tentar a aprovação dessa medida elemento por elemento. E, antes disso, os mercados ainda lembram a complicada disputa no Congresso para elevar o teto da dívida americano no meio do ano.

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Os europeus também podem especificar, perante as tentativas de pressão americana, que o estopim da recessão econômica global foi a crise financeira americana em 2008, detonada pelas más práticas de seus bancos.

O secretário do Tesouro dos EUA, Tim Geithner, já pôde comprovar a pouca disposição dos europeus em serem pressionados por Washington na reunião de ministros de Finanças da zona do euro na Polônia no último mês de setembro.

Na ocasião, os europeus já se mostraram desdenhosos perante as recomendações do representante americano, deixando claro que os EUA não estão em posição de ‘dizer o que temos que fazer’, como declarou a ministra de Finanças austríaca, Maria Fekter.

Se não se pronunciar com cautela, Obama pode encontrar na França a mesma posição que seu secretário na Polônia. EFE

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