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Número de homicídios no Rio é o menor desde 1991

Mas o estado continua com taxa três vezes maior que a de São Paulo, e o número de roubos nas ruas cresceu 21% em quatro anos

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 jan 2011, 19h38

A Secretaria de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro divulgou, nesta segunda-feira, dados animadores sobre os principais indicadores de criminalidade no estado nos últimos quatro anos. O levantamento mostrou queda acentuada na incidência de quatro dos cinco crimes mais comuns – homicídio doloso, roubo de veículo, autos de resistência (mortes em confronto com a polícia) e latrocínio. Todos com redução superior a 25% na comparação entre 2010 e 2006, ano anterior ao início do primeiro mandato de Sérgio Cabral. A queda mais expressiva foi no roubos de veículos – 54%. E o número absoluto de homicídios – 4.768 , com queda de 25% em relação a 2006 – foi o menor desde 1991. Ainda assim, o Rio de Janeiro continua ostentando uma taxa acima da média nacional (29,8 homicídios por cem mil habitantes, contra 25,8), e quase três vezes maior que a taxa de São Paulo, que é de 10,47 homicídios por cem mil.

Este é um dado preocupante que se destaca na tendência positiva de queda da criminalidade no estado. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, admite que ainda há muito o que avançar. “Não estamos aqui comemorando absolutamente nada. O Rio de Janeiro ainda está longe do estágio ao qual esperamos chegar. Mas esses dados mostram que estamos consolidando uma política de segurança e acena para o caminho que devemos continuar perseguindo”, disse, ao apresentar os dados, na tarde desta segunda-feira.

Roubos – Outro dado preocupante é que os roubos de rua aumentaram 21% em quatro anos. Foram 78.546 ocorrências registradas (e este é um crime que nem sempre leva as vítimas até a delegacia, ou seja, o número é certamente maior do que esse). Esse tipo de crime é menos grave do que os outros levantados pela secretaria, mas interfere diretamente na sensação de segurança – o que é ruim em um estado de forte vocação turística, que vai sediar a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

O sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, estudioso de mapas da criminalidade, avalia que os resultados obtidos no Rio de Janeiro exigem um esforço ainda maior das autoridades. “Esses números representam um êxito que não é circunstancial. Mas é preciso que continuem recuando”, disse ao site de VEJA. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, levantados entre 2005 e 2008, o estado do Rio está próximo da taxa de criminalidade da Venezuela, que é de 30,1. Está muito atrás do Chile, com 5,9, da Argentina, com 5,2, de Cuba, com 5,1 e do Uruguai, com 4,5 – a menor da América Latina. A África do Sul, que sediou a última Copa do mundo, possui uma taxa de 10,4 e os EUA de 6,0. Na Europa, a variação é entre 0 e 1.

UPPs – A face mais visível da política de segurança do governo Sérgio Cabral, que ajudou a alavancar sua reeleição, está nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Reside aí uma parte da explicação dos bons resultados das últimas estatísticas divulgadas pela Secretaria de Segurança, segundo afirmou o próprio Beltrame. Embora os dados relativos à cidade do Rio de Janeiro, onde se concentram as UPPs, não tenham sido divulgados separadamente, o peso da capital na estatística estadual é muito grande. Nela residem 39% da população fluminense.

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Na manhã desta segunda-feira, na zona norte da cidade, Cabral inaugurou a 14ª UPP, no Morro São João. O programa, que consiste em criar nas favelas postos avançados da Polícia Militar, com agentes treinados para atender a população – não apenas enfrentar bandidos – transformou algumas favelas em pontos turísticos da cidade.

Como ocupa áreas que por décadas foram controladas por bandidos, as UPPs volta e meia enfrentam algum tipo de resistência. A mais grave delas ocorreu no fim de 2010, quando uma série de arrastões e ataques do tráfico foi atribuído a uma suposta “reação” dos traficantes à ocupação dos morros. O episódio foi suplantado pela reação enérgica que resultou na ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, na Penha, ambas agora sendo preparadas para novas UPPs.

Nesta segunda, Sérgio Cabral tratou de reforçar a ideia de que, quando uma favela ganha uma UPP, o ‘asfalto’ também sai ganhando. “Não é só esta região que ganha com a implantação de uma UPP, mas sim toda a Zona Norte, que tem tudo para crescer economicamente ainda mais. A unidade traz tranquilidade para os moradores e para quem trabalha nesta área”, afirmou Cabral.

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