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Norte de Nordeste vivem ‘epidemia’ de assassinatos

Regiões concentram treze das quinze cidades com mais de cem homicídios por 100.000 habitantes, mostra da Mapa da Violência 2013

Por Da Redação
18 jul 2013, 09h45
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  • Enquanto os índices de homicídios em São Paulo e no Rio de Janeiro chegaram a cair 80% nos últimos dez anos, as capitais nordestinas bateram recordes de assassinatos, segundo o Mapa da Violência 2013 – Homicídios e Juventude no Brasil, com base no DataSUS. Entre os mais de 5.000 municípios do país, quinze ultrapassaram a marca de cem mortes por 100.000 habitantes. Entre essas quinze cidades, dez ficam na região Nordeste e três na Norte.Em 2010, apenas Simões Filho, na Bahia, registrou um índice tão alto.

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    A migração desse tipo de crime foi detectada por estudo preparado pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz. A atração causadapela abertura de novas fronteiras econômicas, somada à falta de estrutura das regiões para lidar com a violência, permitiu a escalada das mortes onde antes se conhecia relativa tranquilidade.

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    O Mapa da Violência mostra que, na Bahia, a taxa de homicídios por 100.000 habitantes cresceu 223,6%. Na Paraíba, 202,3%. No Rio Grande do Norte, 190,2%. Esse quadro também atinge principalmente os jovens. Em Alagoas, morrem 156, 4 jovens a cada 100.000 habitantes, taxa quase oito vezes superior à de São Paulo.

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    Tabela
    cidade

    Taxa por

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    100.000 habitantes

    Simões Filho (BA) 139,4
    Campina Grande do Sul (PR) 125,3
    Ananindeua (PA) 118,8
    Cabedelo (PB) 116,7
    Arapiraca (AL) 112,4
    Maceió (AL) 111,1
    Guaíra (PR) 110,2
    Rio Largo (AL) 108,9
    São Miguel dos Campos (AL) 108,2
    Marituba (PA) 107,4
    Marabá (PA) 107,2
    Porto Seguro (BA) 105,9
    Pilar (AL) 104,6
    Mata de São João (BA) 102,8
    Marechal Deodoro (AL) 102,7

    Capitais – A epidemia de assassinatos que atinge o Nordeste pode ser traduzida pelos números das capitais. Em 1999, Salvador era a área metropolitana mais tranquila do País. Em doze anos, pulou para a terceira colocação – a taxa de homicídios passou de 7,9 por 100.000 para 69 por 100.000. Maceió, a 1.ª do ranking hoje, com 111 assassinatos por 100.000, era apenas a 14.ª há 12 anos.

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    Das oito cidades que compunham a lista das capitais mais violentas, apenas Vitória e Recife ainda continuam entre as primeiras. A capital do Espírito Santo caiu do primeiro para o quinto lugar e Recife, da segunda para quarta posição. São Paulo, que era o terceiro lugar em 1999, hoje é a capital menos violenta do país.

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    A análise feita por Jacobo mostra que o eixo da violência acompanha seis tipos de alterações no perfil socioeconômico do país. A principal são os novos polos de desenvolvimento, que cresceram não apenas nas capitais do Norte e do Nordeste, mas no interior dos Estados. Entre 2003 e 2011, a violência aumentou 23,6%, enquanto nas capitais, caiu 20,9%, com a concentração maior nas cidades do Sul e Sudeste.

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    “A emergência desses novos polos de crescimento, atraindo investimentos e gerando emprego e renda, tornam-se também atrativos para a criminalidade por serem áreas onde os mecanismos da segurança são ainda precários ou incipientes, sem experiência histórica e aparelhamento para o enfrentamento das novas configurações da violência”, diz o estudo.

    Fronteiras – As fronteiras são outro foco decriminalidade. Uma das duas únicas cidades fora do Nordeste que alcançaram a média de mais de 100 homicídios por 100.000 habitantes é Guaíra, no Paraná, na fronteira com o Paraguai e divisa com Mato Grosso do Sul. Jacobo elenca causas tradicionais como os fomentadores da violência, como a presença das organizações criminosas, do tráfico e das milícias.

    (Com Estadão Conteúdo)

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