O protesto contra a realização da Copa do Mundo no Rio de Janeiro reuniu cerca de 300 pessoas, que fizeram uma caminhada pacífica pela orla de Copacabana, na zona sul da cidade, até o final da praia. Depois disso, formou-se um grande tumulto, provocado pelos black blocs, com correria entre os carros presos no engarrafamento.
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O protesto começou em frente ao hotel Copacabana Palace, que foi protegido por grandes de ferro, seguranças particulares e cerca de 150 policiais militares. A pista da avenida Atlântica no sentido Ipanema foi interditada pelos manifestantes, que seguiram em passeata sempre acompanhados pela Polícia Militar.
A principal preocupação dos policiais eram os cerca de trinta mascarados reunidos bem no meio da passeata, responsáveis pelas depredações e ações violentas registradas nas manifestações de rua no ano passado. A PM contou com o apoio de um helicóptero, que sobrevoou a praia de Copacabana, bastante cheia devido ao sábado ensolarado.
Quando a passeata chegou ao final da praia de Copacabana, a pista sentido Botafogo da avenida Atlântica foi fechada, e a sentido Ipanema, esvaziada. Foi quando a confusão começou. Black blocs provocaram e ofenderam os PMs, que ameaçaram prendê-los. Até o momento não há informações sobre prisões.
Com o tumulto controlado, a passeata seguiu até o Posto 8 da praia de Ipanema, onde os manifestantes pararam.
Participou do protesto o manifestante que costuma se fantasiar de Batman, assim como o que imita o Coringa, um dos inimigos do super-herói norte-americano.
Alguns manifestantes distribuíram panfletos para as pessoas nas calçadas e recolheram assinaturas em um abaixo-assinado contra a Copa no Brasil.
Outros estados – Na semana em que Curitiba foi ameaçada pela Fifa de ficar fora do Mundial, um grupo de aproximadamente 200 pessoas, segundo os organizadores, gritou “Eu não quero Copa” no final da tarde deste sábado. A manifestação, que não teve acompanhamento policial, teve seu momento mais tenso na parte final, quando alguns manifestantes cercaram o prédio da Prefeitura e chegaram a atirar pedras. Neste momento, os guardas municipais chegaram, mas não houve repressão. Um ônibus e agências bancárias foram pichadas.
Em Brasília, o protesto contra a Copa do Mundo teve baixa adesão. Por volta das 17 horas, cerca de cinquenta pessoas se reuniram em frente a um shopping na região central para criticar os gastos públicos e pedir a aplicação de recursos nas áreas de educação e saúde. O ato terminou por volta das 20 horas, depois que os manifestantes seguiram em direção a outro centro de compras. Os manifestantes foram acompanhados em todo o percurso pela Polícia Militar.
Em Belo Horizonte, cerca de 100 pessoas, segundo a PM, ocuparam parte da Praça Sete de Setembro, no centro, e chegaram a interditar parte da avenida Afonso Pena. A segurança foi reforçada na área, a mesma de concentração para as manifestações ocorridas em junho do ano passado, durante a Copa das Confederações. Os policiais fizeram revistas e apreenderam sprays e garrafas de material inflamável.
Em Porto Alegre, apesar das mais de 2 000 confirmações no Facebook, a manifestação reuniu apenas trinta pessoas em frente ao prédio da Prefeitura. O pequeno grupo se dispersou depois de gritar algumas palavras de ordem contra a realização da Copa do Mundo no Brasil.
(Com Estadão Conteúdo)