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No Rio, fim da passeata foi a senha para o início da pancadaria

Leiam o que informa Pâmela Oliveira, na VEJA.com. Volto no próximo post. Com adesão muito abaixo do esperado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), o protesto da noite de terça-feira no Rio teve, até as 19h40, o formato de uma manifestação legítima. Os sindicalistas demarcaram com precisão, neste horário, quando deveria começar a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h11 - Publicado em 15 out 2013, 23h46
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  • Leiam o que informa Pâmela Oliveira, na VEJA.com. Volto no próximo post.
    Com adesão muito abaixo do esperado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), o protesto da noite de terça-feira no Rio teve, até as 19h40, o formato de uma manifestação legítima. Os sindicalistas demarcaram com precisão, neste horário, quando deveria começar a pancadaria. O aviso dado pelos carros de som de que o protesto estava “encerrado” coincidiu com estrondos ao redor da Cinelândia, enquanto professores batiam em retirada, como se pressentissem o perigo. Às 20h15 a situação era a baderna usual, com bombas de efeito moral lançadas pela Polícia Militar, coquetéis e pedras jogados por manifestantes e correria generalizada.

    A PM ficou concentrada nas vias ao redor da Cinelândia, mantendo distância dos manifestantes. A pancadaria começou quando um grupo liderado por mascarados começou a se deslocar em direção à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na Rua Primeiro de Março. Os manifestantes usaram os tapumes de madeira e metal, instalados para evitar depredações, como escudos para avançar contra os policiais. Em vários pontos do centro surgiram pequenos focos de incêndio. A fumaça do lixo queimado se misturava à das bombas de efeito moral lançadas pelos policiais. Logo o tumulto se espalhou por todo o entorno da Cinelândia, da Lapa e de vias em direção à Zona Sul.

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    Oficialmente, como já fez outras vezes, o Sepe diz não apoiar a violência e o vandalismo. Mas há uma semana o sindicato declarou “apoio incondicional” ao grupo Black Bloc – o que funcionou como uma carta branca para os manifestantes atuarem nos atos convocados pelos grevistas. O momento exato de “encerramento” pareceu um alerta para quem não estava a fim de participar do confronto – um “salve-se quem puder”. Não se pode dizer que os black blocs estavam “infiltrados” ou que se aproveitaram da manifestação. Ao longo da caminhada, os mascarados estavam lado a lado com os grevistas – ainda que, obviamente, grande parte deles não concorde com as práticas violentas.

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    O apoio dado aos black blocs pelo sindicato, por ser “incondicional”, obviamente endossa o incêndio de uma viatura da PM, na Glória; a destruição dos pontos de ônibus no Centro; as depredações pelo caminho e a destruição até das barreiras instaladas para proteger a Biblioteca Nacional, entre outros prédios depredados.

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    O Sepe, controlado pelo PSOL e pelo PSTU, tem empurrado os professores para uma situação perigosa. A adesão, segundo o município, não passa de 10% desde duas semanas atrás. Entre os grevistas, há aqueles em estágio probatório, ou seja, aprovados em concurso mas ainda sem estabilidade. São estes os primeiros notificados, por telegrama, para justificar a ausência. O comunicado é emitido para os que atingiram 30 faltas consecutivas. Para os profissionais com estabilidade, a demissão é um processo longo, que depende de um trâmite administrativo complexo. Mas para os profissionais em estágio probatório não é necessária sequer justificativa por parte do gestor público.

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    A primeira leva de comunicados seguiu por telegrama na segunda-feira, para 1.800 servidores efetivados e 2.700 em estágio probatório. Os notificados têm, agora, até quinta-feira para apresentar em suas unidades a justificativa por escrito para as ausências. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informa que um dos requisitos para a efetivação dos concursados é a assiduidade – ou seja, quem fez greve pode já estar demitido a essa altura. As próximas etapas, a partir do recebimento das justificativas, são o julgamento de cada caso pela comissão de avaliação de estágio e, no caso dos funcionários com estabilidade, um processo no âmbito da Secretaria de Administração.

    No início da noite, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a decisão da prefeitura do Rio de cortar o ponto dos grevistas. O ministro decidiu também convocar uma audiência de conciliação para resolver a questão. Os manifestantes festejam a decisão, que deixa a prefeitura de mãos atadas diante de um sindicato que não parece disposto a negociar.

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