Namorada de suspeito diz ter matado estudante na Unicamp
Maria Tereza Pelegrino afirmou à polícia que matou Dênis Casagrande em legítima defesa; namorado dela confirmou ter agredido vítima por ciúmes
A Polícia Civil afirmou, nesta terça-feira, que Maria Tereza Pelegrino, de 20 anos, disse ter esfaqueado e matado o estudante Dênis Papa Casagrande, de 21, durante uma briga em uma festa universitária, em Campinas, interior de São Paulo, no último sábado. Maria é namorada de Anderson Marcelino Mamede, de 20, que hostilizou a vítima após ela supostamente ter atacado a sua companheira. Mamede saiu da confusão com ferimentos de faca na perna e foi internado. O crime aconteceu no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde a Casagrande cursava Engenharia e Controle de Automação.
O casal prestou depoimento à polícia nesta segunda-feira. Segundo o delegado de Homicídios de Campinas, Rui Pegolo, a jovem alegou ter matado o estudante por legítima defesa. Nesta terça-feira, foram ouvidas mais testemunhas para confirmar a veracidade da confissão. Investigadores procuram imagens de câmeras de segurança da faculdade para reforçar ou desmentir a versão de Maria. Por enquanto, ela não teve a prisão decretada.
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Após prestar depoimento, a suspeita levou os policiais ao local onde estava enterrada a arma do crime: uma pequena faca de cozinha. Ela estava escondida debaixo da terra próximo a um ponto de ônibus na Unicamp. Mamede disse à polícia que bateu no rapaz, mas negou tê-lo matado. “O cara agarrou ela, agrediu ela e foi legítima defesa”, afirmou o suspeito, confirmando que a sua companheira foi responsável pela morte.
Caso – O assassinato aconteceu na madrugada de sábado. Casagrande participava de uma festa na universidade. Por volta das 3h30, ele se envolveu em uma briga com um grupo de punks. Segundo Mamede, que não estuda na faculdade, o conflito começou quando a vítima seguiu a sua namorada até o banheiro e ali tentou agarrá-la. Em seguida, de acordo com a polícia, ele foi esfaqueado no abdômen. Levado para um hospital da localidade, Casagrande não resistiu aos ferimentos e morreu.
Casagrande foi enterrado no domingo em Piracicaba, onde mora a sua família. O crime provocou revolta entre os parentes e amigos da vítima. Um grupo de cinquenta pessoas, vestidas de preto, protestou nesta terça-feira em frente ao prédio da reitoria, cobrando um posicionamento da universidade sobre o ocorrido e mais segurança nas imediações da instituição.
A Unicamp informou, em nota, que vai apurar o caso “e identificar os responsáveis, bem como a participação de pessoas estranhas à comunidade acadêmica” e que não havia autorizado a realização da festa. A universidade declarou luto oficial de três dias no campus.
(Com Estadão Conteúdo)