MP dá dez dias para Metrô de São Paulo explicar pane
Promotoria reabriu inquérito civil para apurar os motivos do problema mecânico no trem, que provocou a paralisação de parte da linha 3-Vermelha
O Ministério Público de São Paulo estipulou prazo de dez dias para o presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, explicar as circunstâncias que causaram a pane nos trens do sistema metroviário paulistano na última terça-feira. Uma falha no fechamento das portas de uma composição da frota K provocou tumulto e quebra-quebra, paralisando dez das dezoito estações da Linha 3-Vermelha por cinco horas. Na confusão, alguns passageiros passaram mal, vagões foram vandalizados e a Polícia Militar precisou intervir para controlar a situação.
A Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital reabriu um inquérito civil, de 2012, e solicitou o envio de uma remessa de documentos referentes às reformas realizadas no trem – que teve falha mecânica. Entre os arquivos requeridos, estão os contratos de manutenção com o nome dos agentes públicos responsáveis pelo negócio, e o relatório de problemas técnicos registrados pela frota de 2012 até agora. Além de Pacheco, o presidente do sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Júnior, também foi oficiado no pedido. O requerimento do MP é assinado pelo promotor César Dario Mariano da Silva.
Na terça-feira, em pleno horário de pico, um trem da frota K apresentou problemas no fechamento das portas, na estação da Sé. Na sequência, passageiros acionaram o dispositivo de emergência para abertura das portas de outros sete trens. Os usuários, então, caminharam pelos trilhos, levando o Metrô a desligar a energia e interromper a circulação em dez das dezoito estações da Linha 3-Vermelha. Houve discussão entre passageiros e seguranças do Metrô e dezenove trens foram danificados. Ao todo, quarenta composições trafegavam na linha no horário da confusão. A operação só foi normalizada cinco horas depois.
Em nota, o sindicato afirmou que a pane ocorreu no mesmo trem que descarrilhou em agosto do ano passado. Segundo o sindicato, as falhas são consequência do suposto cartel formado para ganhar licitações nas obras do Metrô e da CPTM. A entidade informou que a frota K teve 696 falhas num período de trinta dias – 300 delas somente no K07, o mesmo que teve pane na terça.
No dia seguinte ao incidente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que o caos no metrô foi orquestrado por “um grupo de pessoas” e insuflado por vândalos que acabaram atacando a estação e destruindo o patrimônio. “Eu não acredito que essas coisas sejam geração espontânea. Precisa ser investigado, com seriedade. Precisamos verificar as câmeras de vídeo e qual é a origem disso”, afirmou.