Caos no metrô de São Paulo foi orquestrado, afirma Alckmin
Segundo governador, quase dez botões de emergência foram acionados simultaneamente; “sabotagem” será investigada e segurança reforçada
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) sugeriu nesta quarta-feira que o tumulto e a paralisação da Linha 3-Vermelha do Metrô nessa terça-feira tenha sido resultado de uma ação planejada. “Eu não acredito que essas coisas sejam geração espontânea. Precisa ser investigado, com seriedade. Precisamos verificar as câmeras de vídeo e qual é a origem disso”, afirmou o governador durante um evento. A confusão aconteceu por volta das 18 horas da terça-feira e os transtornos se estenderam por pelo menos cinco horas. Uma falha nas portas de um dos trens paralisou todo o ramal em dez das 18 estações.
“O problema poderia ter sido resolvido em dez minutos, mas em seguida quase dez botões de emergência foram acionados simultaneamente. As pessoas desceram na própria linha. Houve depredação. O fato é que houve esse grande transtorno para a população em razão da ação inicial de um grupo de pessoas e depois de vândalos que acabaram atacando a estação e destruindo o patrimônio”, afirmou Alckmin.
Segundo o governador, é preciso encontrar formas de “evitar que o sistema de segurança possa ser utilizado por pessoas para fazer sabotagem ou para causar prejuízos”.
Na manhã desta quarta, o secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, afirmou que o Metrô utilizará imagens das câmaras de segurança para identificar as pessoas que teriam incentivado passageiros a ocupar as linhas após a pane.
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Calor – Para o secretário, “vândalos” foram responsáveis por insuflar as pessoas a parar a operação na linha, especialmente na Estação Sé. “Alguns exaltados, com ânimo para fazer vandalismo, começaram a motivar, gritar palavras de ordem, slogans, para que as pessoas pulassem”, disse Fernandes. Ele afirmou não ter certeza se o acionamento dos botões de emergência em sete composições da Linha 3 foi “orquestrado” ou uma tentativa das pessoas de escapar do calor, já que o ar condicionado foi desligado com o corte da energia.
O Metrô, segundo Fernandes, vai comparar as imagens do tumulto desta terça com as registradas em manifestações de rua, para verificar se os supostos agitadores são os mesmos de movimentos black block. “Não vamos admitir que vândalos saiam das ruas e entrem no Metrô”, declarou. “Se detectarmos [no Metrô] a presença de quem estava ontem [terça], eles poderão ser acompanhados”.