O número de mortes de motociclistas em acidentes de trânsito em São Paulo aumentou 7,1% em 2011, informou a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) nesta quinta-feira. Segundo o levantamento, o número saltou de 478 em 2010 para 512 em 2011. O total de mortes na capital paulista em acidentes subiu 0,6% no mesmo período, passando de 1.357 para 1.365. Os pedestres ainda são os mais afetados: foram 617 mortes registradas em 2011, o que representa 45,2% do total. Entretanto, se comparado ao ano anterior, houve uma queda de 2% nesse tipo de acidente, que a CET atribui a reflexos positivos do Programa de Proteção ao Pedestre, iniciado em maio de 2011. O número de mortes de motoristas e passageiros também caiu de 200 para 187. Já o total de mortes de ciclistas se manteve o mesmo nos dois anos: 49. Fiscalização – “Desde 2005 temos visto que os acidentes com motociclistas têm aumentado”, afirmou Nancy Scheider, superintendente de Segurança e Educação no Trânsito da CET. Segundo ela, uma das medidas adotadas pela CET para diminuir as mortes dos motociclistas é aumentar a fiscalização. Seis radares móveis (do tipo pistola) foram implantados em março deste ano e já multaram 9.344 motocicletas por excesso de velocidade. Outros dezenove radares fixos serão realocados para autuar os motociclistas. De acordo com a CET, dois deles já estão em operação: na Avenida 23 de Maio, sob o viaduto Tutóia (sentido Centro) e na Avenida Alcântara Machado (sentido Centro), após o viaduto Bresser e após a Rua Álvaro Ramos (no sentido bairro). “Temos que trabalhar agora na mudança de comportamento do motociclista. Vamos investir em treinamento, porque ele é o primeiro que precisa saber quais são os pontos mais frágeis e comportamentos perigosos”, afirmou a superintendente. De acordo com a CET, um convênio firmado com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo) pretende criar um complexo para dar treinamento a motociclistas que já possuem carteira de habilitação, para desenvolver “habilidades práticas de pilotagem segura”. O Centro Educacional Paulistano de Motociclistas (CEPAM) tem o objetivo de atender 20.000 motociclistas por ano, mas ainda não há data para ser inaugurado. Vias com mais mortes – Em 2011, a via de São Paulo que apresentou o maior número de mortes foi a Marginal Tietê, com 54 no total (foram 56 em 2010). Entretanto, a que chamou mais atenção devido ao aumento proporcional de mortes foi a Avenida Jacu-Pêssego. Após começar a integrar o Rodoanel, a avenida ficou no segundo lugar no ranking com 25 mortes, em comparação a apenas 10 em 2010. Em terceiro lugar vem a Marginal Pinheiros com 23 mortes, o mesmo número registrado no ano anterior. O balanço da CET é realizado a partir do cruzamento de informações do Instituto Médico Legal (IML) com os Boletins de Ocorrência de acidente de trânsito que compõem o INFOCRIM (Sistema de Informação Criminal) da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.