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Moradores protestam pedindo a volta da PM às ruas de Vitória

Grupo entra em confronto com parentes de policiais que bloqueiam a saída de quartel; integrantes de ao menos quatro batalhões voltam ao trabalho

Por Da Redação
7 fev 2017, 21h22

O clima ficou tenso em frente ao Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo em Maruípe, na região central de Vitória, desde a tarde desta terça-feira depois que moradores foram à porta do órgão para pedir a volta às ruas dos policiais militares. Houve confronto com familiares de PMs que, desde sábado, obstruem a saída dos policiais para protestar contra os baixos salários – a medida é uma maneira de contornar a proibição de militares fazerem greve.

Os soldados do Exército que chegaram na segunda-feira ao Espírito Santo – para fazer o patrulhamento das ruas e deter a onda de violência que toma conta principalmente da região metropolitana de Vitória – tiveram que separar os dois grupos e liberar o trânsito na avenida Maruípe que havia sido interditada pelos manifestantes.

A manicure Marislaine da Silva Feu, 32 anos, era uma das que protestavam contra a presença de familiares em frente ao quartel. “Estou sem poder trabalhar porque meus quatro filhos estão sem estudar. Nós estamos presos dentro de casa. Eu sou filha de militar, mas eu não sou a favor dessa greve. A gente está sofrendo. Escolas estão fechadas, comércio sendo saqueado, pessoas morrendo”, disse a moradora de Vitória.

Em frente à entrada do quartel, a professora Priscila Nascimento de Almeida, de 27 anos, namorada de um policial militar, levou uma pedrada na cabeça, segundo ela, jogada pelos manifestantes. “Queremos reivindicar um salário melhor porque eles (policiais) passam dificuldade, correm risco. Os moradores deveriam ir atrás do secretário de Segurança e não vir para cá. A gente está fazendo a nossa manifestação sem agredir ninguém”, disse Priscila, que está desde sábado acampada com outras mulheres em frente ao batalhão. “A culpa não é da polícia. Eles (manifestantes) têm que cobrar do governo”.

A região metropolitana de Vitória ainda vive um clima de insegurança apesar da presença de mil homens das Forças Armadas e 200 da Força Nacional. A maior parte do comércio está fechada, há poucos ônibus circulando e muitas ruas estão vazias. Entidades de comerciantes estimam que houve mais de 200 saques a lojas.

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Desde sábado, ao menos 75 pessoas foram assassinadas no estado, uma média de quase 19 por dia – no ano passado, foram assinados em média por dia 3,2 pessoas. O Departamento Médico Legal (DML) chegou a suspender o atendimento na segunda-feira porque não tinha onde colocar mais corpos.

A volta às aulas, que deveria ter ocorrido na segunda-feira, está suspensa. Postos de saúde e outras repartições públicas estão funcionamento de forma restrita.

Uma liminar do Tribunal de Justiça do Espírito Santo não impediu a mobilização de parentes de policiais militares. A Justiça decretou a ilegalidade do movimento e proibiu a realização de qualquer tipo de paralisação dos serviços de segurança pública pelos policiais, sob pena de multa diária de R$ 100 mil para as associações de classe dos militares.

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O desembargador do TJES, Robson Luiz Albanez, determinou ainda que os piquetes montados nas sedes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros sejam desfeitos. Para ele, o que está havendo é uma “greve branca”. No início da noite, policiais de quatro batalhões haviam voltado ao trabalho.

Na quinta-feira, policiais civis fazem assembleia para decidir se entram em greve.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

 

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