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“Mizael era ciumento e possessivo”, diz irmão de Mércia

O empresário Márcio Nakashima é a primeira testemunha a ser ouvida no julgamento do ex-PM acusado de matar a namorada em 2010

Por Da Redação
11 mar 2013, 11h44
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  • Começou por volta das 10 horas desta segunda-feira o julgamento do policial militar reformado e advogado Mizael Bispo de Souza, de 43 anos, acusado de matar a namorada, a advogada Mércia Nakashima, que tinha 28 anos à época do crime. O júri acontece quase três anos após o assassinato e está sendo transmitido ao vivo desde o Fórum de Guarulhos.

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    A primeira testemunha de acusação ouvida foi o irmão da vítima, o empresário Márcio Massami Nakashima, que afirmou que Mizael tornou-se uma pessoa possessiva e ciumenta ao longo do relacionamento com Mércia. “No início era um relacionamento normal. Depois o Mizael foi se transformando em um sujeito muito ciumento, possessivo”, afirmou o empresário, que pediu para ser ouvido sem a presença do réu no plenário. “Ele ligava várias vezes e ficava cercando a Mércia. No final, foi um relacionamento bastante conturbado.”

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    Questionado pelo promotor Rodrigo Merli, Márcio Nakashima não soube especificar por que o relacionamento da irmã com o réu acabou, mas afirmou que a irmã estava tendo problemas na sociedade com o namorado no escritório de advocacia e que cobrava de Mizael o pagamento de honorários de causas em que haviam trabalhado. Segundo o empresário, a vítima havia relatado à irmã, Cláudia, uma discussão “mais truculenta” com o namorado. Cláudia, contudo, não chegou a presenciar agressões de Mizael contra Mércia.

    “Quando acabou a sociedade, a Mércia se afastou e o Mizael não aceitou”, disse. Ele relatou que Mizael ia atrás da irmã na casa dela, que tentava forçar a entrada no prédio e que a procurava no trabalho, além de fazer ligações constantes para a vítima. “Ela trocou de celular algumas vezes, mas ele sempre acabava conseguindo o número dela”. Márcio disse ainda que em um e-mail que consta no processo, Mizael disse que Mércia teria “um encontro com Deus”.

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    O empresário se emocionou bastante em vários momento do depoimento e chegou a criticar os advogados de defesa por afirmarem que o réu era hostilizado na família da namorada. “Ele nunca foi hostilizado, é uma tremenda mentira. Passava verão na minha casa de praia e até fizemos uma festa de aniversário para o Mizael. Ele frequentava a casa de vários familiares”, afirmou. Quando já havia quase dois anos de namoro, o irmão da vítima teve uma discussão com o réu porque o ex-policial deixou o revólver em cima da mesa da casa de praia, onde havia crianças. “Desde esse dia eu passei a não gostar do Mizael”, disse Márcio. Mesmo assim, Mizael continuou frequentando os eventos da família.

    Durante todo o depoimento o clima foi tenso entre testemunha e defesa, que chegaram a discutir, provocando a suspensão da transmissão do julgamento por alguns minutos. O advogado Samir Haddad Junior centrou suas perguntas na relação de Márcio com Mizael, para transmitir aos jurados a ideia de que o irmão de Mércia não gostava do réu, além de querer mostrar que outras pessoas poderiam ter interesse em sequestrar a vítima. Ao advogado Wagner Aparecido Garcia, Márcio disse que nunca tentou afastar Mércia de Mizael, mesmo com os problemas que teve com o acusado.

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    Diante da imprecisão de uma das respostas, o advogado Ivon Ribeiro chegou a comentar se Márcio se lembrava da data do desaparecimento da irmã. A testemunha, então, se recusou a continuar respondendo as perguntas do advogado, e os questionamentos passaram a ser feitos por intermédio do juiz. O defensor apontou divergências entre o depoimento prestado pelo empresário na época das investigações e as dadas durante o julgamento.

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    Jurados – Cinco mulheres e dois homens decidirão sobre a condenação ou absolvição do acusado. No sorteio, a defesa chegou a recusar o nome de três juradas mulheres, sem fundamentação, como permite a lei.

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    No total, deverão ser ouvidas onze testemunhas, sendo cinco de acusação, cinco de defesa e uma convocada pelo juiz. O ex-PM é acusado por homicídio triplamente qualificado (praticado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima). A promotoria defende que o advogado matou a namorada por ciúmes, após o término da relação.

    Mércia Nakashima desapareceu após sair da casa dos avós, em Guarulhos, em 23 de maio de 2010. Em 10 de junho, após receber informações de um pescador, o carro dela foi localizado submerso em uma represa de Nazaré Paulista, no interior do Estado. O corpo, em avançado estado de decomposição, foi encontrado um dia depois. Mizael se entregou à polícia em fevereiro de 2012.

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