Com golpes de gravata e tiros, três militares da Marinha são acusados de matar o papiloscopista Renato Couto, em um ferro-velho, na Praça da Bandeira, Zona Norte, na sexta-feira 13. Em depoimento à polícia ao qual VEJA teve acesso, uma testemunha contou que “enquanto três, um por trás, aplicando uma gravata, e dois pelos lados, seguravam a vítima, o quarto algoz apontava uma pistola”. E diziam: “aplica logo esse cara”. Foram feitos três disparos contra o policial, que estava subjugado e repetia que não havia feito nada.
O corpo foi levado por uma viatura da Marinha e jogado no Rio Guandu, em Japeri, Baixada Fluminense, um dos principais responsáveis pelo abastecimento de água do Rio de Janeiro e outros sete municípios da Região Metropolitana. Um cabo e dois sargentos e pai de um deles foram presos por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O corpo da vítima foi localizado pelos bombeiros na manhã desta segunda-feira, 16.
O primeiro-sargento Bruno Santos de Lima foi preso com o pai, o dono de ferro-velho Lourival Ferreira de Lima, e os também militares do 1º Distrito Naval, Vitor Silva Soares e Daris Fidelis Motta. Ele alegou na delegacia que o perito havia acusado o pai de receber material furtado de uma obra dele e exigiu o pagamento de 10 mil reais. Ao ser informado de que o policial estava no local, Bruno, que disse estar portando uma pistola particular, arregimentou os subordinados Vitor e Daris para emboscar o perito. Depois do crime, o grupo voltou ao 1º Distrito Naval para continuar tirando o serviço.
Em nota, a Marinha se solidarizou com familiares da vítima e repudiou o episódio, que atenta contra a honra e os princípios militares. A força armada também abriu uma investigação sobre o caso.