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Melhora no núcleo de serviços é sinal positivo às vésperas do Copom

Em fevereiro, a métrica de serviços subjacentes quebrou sequência de três meses em alta

Por Camila Barros Atualizado em 12 mar 2024, 13h08 - Publicado em 12 mar 2024, 13h03

Apesar da aceleração acima das expectativas, o IPCA traz boas notícias sobre a trajetória da inflação no Brasil, analisam especialistas. Divulgado pelo IBGE na manhã desta terça-feira, 12, o IPCA registrou alta de 0,83% no mês, acima dos 0,79% estimados pelo mercado, marcando uma aceleração ante os 0,42% de janeiro. No acumulado de 12 meses, o índice se encontra em 4,5%, o teto da meta do Conselho Monetário Nacional para este ano.

Com os reajustes da educação, a inflação de serviços continuou pressionada. Mas os economistas enxergam uma melhora na métrica de serviços subjacentes, que exclui itens mais voláteis (como passagens aéreas) da base de calculo. O avanço foi de 0,44% em fevereiro, contra 0,76% em janeiro e abaixo das previsões de 0,52%. O resultado rompe uma sequência de 3 meses de aceleração do núcleo de serviços. Na base anual, o resultado foi de 4,89%, desaceleração em relação aos 5% em janeiro.

“É uma boa notícia para o BC, que tem se mostrado muito preocupado com esse grupo, visto por ele como a última barreira a ser rompida para a convergência da inflação para a meta”, diz Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, “nos últimos meses era exatamente aqui o calcanhar de Aquiles do IPCA”.

Outra boa notícia está no Índice de Difusão, métrica que avalia o percentual de itens na cesta do IPCA que registram aumento nos preços. Em fevereiro, o índice passou de 65,25% para 57,03%.

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Copom

Mas a melhora nos resultados não deve ser suficiente para recalcular a rota do BC na definição dos juros. “Esse dado não deve alterar o plano de voo já anunciado pelo Banco Central, de cortes de 0,5 p.p. nas próximas reuniões, pelo menos para março e a maio”, avalia Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. O Copom (Comitê de Política Monetária) tem sua próxima reunião marcada para a semana que vem, em 19 e 20 de março de 2024. Atualmente, a taxa Selic se encontra no patamar de 11,25% ao ano.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, avalia que a melhora dos núcleos “foi animadora”, mas também destacou que o cenário não influenciará o ritmo dos cortes do Copom. Para a reunião de junho, Leal, da G5, projeta que o comitê deve reduzir seu ritmo de cortes para 0,25 p.p.

Para o fim do ano, o mercado projeta a taxa de juros a 9%, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta manhã.

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Perspectivas

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, avalia que “a dinâmica da inflação a partir de março deverá ficar bem comportada, na faixa entre 0,2% a 0,3% nos próximos meses”, já que a alta de fevereiro foi impulsionada principalmente por fatores sazonais.

Para o fim do ano, o PicPay projeta alta de 3,7% no IPCA, dentro da meta perseguida pelo BC. Entre os principais riscos para o controle da inflação, a instituição cita o aumento dos salários, devido ao baixo desemprego e ao novo valor do salário mínimo –  1.412 reias em 2024, alta de 6,97% sobre o valor vigente em 2023, de 1.320 reais.

Já a Suno Research projeta o IPCA a 3,90% em 2024. Para os próximos meses, a expectativa é de que o grupo de alimentos alivie a pressão no índice. No entanto, Gustavo Sung, economista-chefe da casa, pontua que “algumas métricas ainda continuam em patamares elevados e por isso merecem cautela”.

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