Uma manifestação em apoio à greve dos professores no Rio de Janeiro provocou cenas de destruição na noite desta segunda-feira em São Paulo. Grupos de black blocs entraram em confronto com a polícia no centro da capital paulista e promoveram quebra-quebra na Praça da República, onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação.
A noite violenta terminou com oito feridos – quatro policiais militares e três manifestantes. Segundo balanço da Polícia Militar (PM), dez pessoas foram detidas. A onda de ataques voltou a levar pânico à região.
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Vandalismo – Durante o confronto, os mascarados usaram bombas caseiras e coquetéis molotov contra a PM. Um grupo de black blocs depredou e virou uma viatura da polícia de cabeça para baixo na Avenida Rio Branco. Estabelecimentos comerciais também foram alvos dos vândalos. Usando martelos e barras de ferro, manifestantes depredaram diversas agências bancárias da região e pelo menos duas lanchonetes, do Habib’s e do McDonald’s. Orelhões, bancas de jornal e ônibus também foram vandalizados. Para atrapalhar a ação da polícia, os black blocs formaram barricadas improvisadas com sacos de lixo incendiados.
Quem passava pelo centro foi surpreendido com a truculência dos black blocs após o protesto. Às 21h40, o porteiro Mariano José Leão perambulava pela Praça da República com a cabeça ensanguentada. Ele pedia socorro após ter sido assaltado duas vezes. “Levaram meu celular e meu dinheiro, tudo o que eu tinha. Só me deixaram a chave de casa”, disse. Leão mora no centro há 38 anos e disse acreditar que não tenha sido assaltado por manifestantes, mas por bandidos que se aproveitaram da confusão. Desnorteado, ele não conseguia encontrar um PM na praça, embora houvesse 150 homens na frente da Secretaria Estadual da Educação.
De acordo com o jornal Bom Dia, São Paulo, um menor estaria entre os detidos. Até a manhã de terça, apenas dois manifestantes permaneciam presos.
O protesto – O tumulto no centro de São Paulo começou quando dois grupos de manifestantes se juntaram na Praça da República e avançaram contra os policiais que isolavam a Secretaria Estadual de Educação. Um dos grupos era composto em sua maioria por estudantes da USP e se concentrou na Avenida Paulista, antes de partir para o centro. O outro grupo partiu do Teatro Municipal e pedia melhores salários para os professores do ensino público.
(Com Estadão Conteúdo)