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Em protesto com fraco policiamento, black blocs atacam

Câmara de Vereadores foi alvo de vandalismo e focos de incêndio foram espalhados por várias ruas do Centro, onde se reuniram milhares de pessoas

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 out 2013, 20h38

(Atualizado às 21h45)

Mais uma vez, o protesto no Centro do Rio começou de forma exemplar. Por cerca de duas horas, os milhares de manifestantes que seguiram da Candelária à Cinelândia conseguiram manter o ato pacífico – o sindicato dos professores diz que reuniu 50.000 pessoas, a PM fala em 10.000. Mas, por volta das 20 horas, as mesmas cenas lamentáveis de depredação e violência voltaram a se repetir, lembrando os grandes movimentos de junho na cidade. Com o policiamento muito mais fraco do que no auge dos protestos há quatro meses, a região virou terra de ninguém – ou melhor, dos mascarados que espalharam vandalismo.

A Câmara de Vereadores foi o principal alvo do movimento em apoio aos professores grevistas – que pedem o cancelamento do Plano de Cargos e Salários aprovado na semana passada. Um grupo tentou invadir o local, forçando a entrada lateral com chutes e jogando pedras. Fogos de artifício foram lançados insistentemente e houve mais de um princípio de incêndio no prédio. Os vândalos ainda atearam fogo em lixos e objetos por várias ruas do Centro, formando espécie de barricadas.

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Tudo acontecia na Rua Evaristo da Veiga, a poucos metros do Quartel General da Polícia Militar, que demorou meia hora para se aproximar da região após o início do tumulto. A estratégia foi a mesma usada no início de junho, quando os PMs só reagiram após a quebradeira do prédio da Assembleia Legislativa. Pela primeira vez, não havia agentes ao longo de todo o percurso da passeata nem em frente à Câmara ou ao Theatro Municipal, onde eles costumavam formar cordões de isolamento. Parte do movimento conseguiu se manter à distância até a chegada do Batalhão de Choque, que lançou muitas bombas de gás lacrimogêneo, dissipando a multidão.

Os que resistiam protagonizavam mais cenas de destruição pelo Centro, e a PM revidava com ainda mais bombas de efeito moral. Inúmeras agências bancárias foram depredadas, algumas com o uso de marretas. Tapumes colocados para a proteção de fachadas foram arrancados. Na Avenida Rio Branco, um ônibus foi incendiado. O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado para apagar as chamas. Outro coletivo também foi incendiado na Lapa, para onde migrou parte dos mascarados, por volta das 21h30.

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Professores – O black blocs chegaram quase na hora do início da caminhada, por volta das 18 horas, e tomaram a frente da manifestação. “Uh, é black profes”, gritavam todos, deixando clara a união dos dois grupos. Um carro de som dava força às palavras de ordem contra o governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes e a Polícia Militar. “Fora Cabral. Vá com Paes”, repetiam. A presidente também não foi poupada: “E aquela Dilma, que ia mudar o mundo, agora assiste tudo em cima do muro”, dizia um dos cartazes.

Enquanto a manifestação ainda ocorria, o prefeito anunciou uma reunião com conselhos de pais de alunos, professores, funcionários e diretores das escolas da rede municipal de ensino no Palácio da Cidade, em Botafogo, Zona Sul do Rio. O encontro, marcado para as 10h desta terça-feira, tem o objetivo de “aprofundar o diálogo com todos os setores impactados pela greve dos professores”, disse a prefeitura em nota.

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Justiça – No fim da tarde desta segunda, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) negou o recurso ajuizado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe/RJ) que pedia a extinção da liminar que obrigou os professores a voltar ao trabalho. O não cumprimento da determinação implica em multa diária de 200.000 reais.

“A conduta da categoria, ao manter o estado de paralisação, gera inúmeros prejuízos e afeta mais de 600.000 alunos da rede pública de ensino, restando configurado o abuso do direito”, justificou o relator Antônio Eduardo Ferreira Duarte. Ele também autoriza o município a aplicar o corte do ponto dos grevistas desde o dia 3 de setembro. A greve dos educadores já dura dois meses.

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