Maluf, Pizzolato e outros brasileiros procurados pela Interpol
Brasil tem 160 nomes na lista da instituição multinacional
De uma mãe que sequestrou a própria filha a um empresário acusado de formação de cartel, de um longevo político envolvido em denúncias de corrupção a uma dona de boate que chefiava uma quadrilha de tráfico de mulheres. A lista de brasileiros procurados pela Interpol (polícia internacional) reúne ao menos 160 pessoas acusadas por crimes diversos, que vão de uso de documentação falsa a homicídio. Inclui ainda um fornecedor de drogas ligado ao Comando Vermelho e às Forças Armas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e um coronel indiciado por crimes contra a humanidade na ditadura militar argentina.
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Para entrar na lista vermelha da Interpol, basta ter um mandado de prisão expedido pela Justiça de algum dos 190 países que integram a instituição. Mas somente a ordem judicial não é suficiente para levar o foragido para trás das grades. O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e o mensaleiro Henrique Pizzolato são os maiores exemplos disso. Ambos vivem em liberdade, um no Brasil e o outro na Itália, salvaguardados pelo direito constitucional de não poderem ser extraditados do seu próprio país.
Maluf não pode deixar o Brasil porque pesa contra ele uma ordem de prisão expedida pelos Estados Unidos, onde é réu em processo que apura a movimentação de dinheiro ilícito. No caso de Pizzolato, condenado no processo do mensalão, a Corte de Bolonha negou devolvê-lo ao país porque, segundo a decisão judicial, o ex-diretor do Banco do Brasil não teria condições de saúde para permanecer no sistema cercerário brasileiro.
Um caso oposto ocorreu em novembro deste ano com o neozelandês Philip John Smith, de 40 anos, preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro. Condenado a prisão perpétua por homicídio e pedofilia, ele fugiu para o Brasil para escapar da punição. Sabendo de detalhes da sua fuga, a Interpol da Nova Zelândia entrou em contato com a Polícia Federal para prender o acusado. Smith deve ser deportado assim que o Supremo Tribunal Federal julgar o pedido de extradição feito pelo governo do país da Oceania.
A Interpol foi criada em 1923 com o objetivo de combater a criminalidade no mundo por meio do compartilhamento de informações e da ação integrada entre forças policiais de diferentes países. A sede da instituição se localiza em Lyon, na França. No Brasil, ela é representada pela Polícia Federal.