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Mães promovem amamentação coletiva em espaço cultural de SP

Grupo de 50 pessoas protestou contra proibição de amamentar as crianças no Itaú Cultural, que já reviu a regra

Por Adriana Caitano
12 Maio 2011, 17h13
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  • Mais de 50 mães reuniram-se na tarde desta quinta-feira, em São Paulo, para defender o direito de amamentar seus filhos em público. A amamentação coletiva, ou “mamaço”, era para ser um protesto contra o Itaú Cultural, que havia proibido uma mulher de dar leite do próprio seio ao bebê enquanto visitava uma exposição. Mas o ato tornou-se um evento artístico, com o apoio da própria empresa, e um pedido de desculpas.

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    Em março, a antropóloga Marina Barão, 29 anos, amamentava Francisco, então com um mês de vida, na galeria do espaço e foi abordada por uma monitora. “Ela disse que era proibido amamentar no local e pediu que eu o fizesse na enfermaria. Eu argumentei que estava à vontade ali e ela insistiu”, conta. Marina comentou o caso no Facebook e recebeu o apoio de mulheres de todo o país.

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    O diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, justificou-se na própria rede social e depois procurou Marina para explicar o ocorrido. “O erro foi na orientação dada à monitora. Era proibido alimentar-se no local, mas não estava claro que bebês eram exceção”, detalha. O ocorrido, diz Saron, serviu para mudar as regras do espaço.

    Ato – Desde o constrangimento pelo qual passou Marina, as mães estão liberadas para amamentar seus bebês no Itaú Cultural e terão o local adaptado a suas necessidades, como o aumento da temperatura do ar condicionado e atividades artísticas especiais. “Tenho um filho de oito meses e minha mulher quase me matou ao saber o que houve, mas está tudo esclarecido”, brinca o diretor do espaço.

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    Mesmo com o problema resolvido, mulheres que defendem a amamentação prolongada e em locais públicos decidiram realizar o “mamaço” nesta quinta, com direito a filme e histórias para as crianças no próprio Itaú Cultural. “No nosso país, há uma cultura do corpo feminino como objeto, por isso as pessoas veem um seio exposto com vulgaridade, uma questão simplesmente moralista e machista”, reclama Marina, que diz ser alvo de olhares repreendedores quando amamenta Francisco ou Antonio, de dois anos e quatro meses, no metrô, por exemplo.

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    Algo parecido e mais constrangedor aconteceu com a jornalista Kalu Brum, autora do blog Mamíferas. Ela foi avisada pelo administrador do Facebook de que sua foto amamentado o filho seria retirada do ar por conter nudez. “Acho um absurdo que a mulher que acabou de ter filho ou que amamenta crianças maiores tenha que se enclausurar em quartos fechados ou cubículos do espaço público para não ferir a moral alheia”, reclamou Kalu em seu blog. Em protesto, ela incentivou as amigas e leitoras a colocarem fotos de amamentação na rede social e a participarem do mamaço em São Paulo.

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    Por mais tempo – A coordenadora da ONG Matrice, composta por mães que apoiam a amamentação, Flávia Gontijo, compareceu ao evento com João Pedro, de três anos, no colo. Ela levanta outra questão vista com desconforto pela população no geral: a amamentação de crianças maiores de dois anos. “Alguns médicos divulgam que essa é a idade limite, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que é a idade mínima para o desmame, logo, ele pode acontecer até os sete anos”, explica.

    Flávia conta que a filha de seis anos também é adepta do seio materno, mas não o tempo todo. “O desmame não deve ser abrupto, temos que respeitar o tempo dos nossos filhos e provocar uma despedida saudável e gradual”, diz. A coordenadora da ONG garante ainda que crianças amamentadas até mais tarde são mais dóceis, calmas e independentes. “É o vínculo de intimidade que temos com nossos filhos e isso deve ser encarado como natural”, conclui.

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