Lula cobra meta maior contra o desmatamento e mais espaço em fundo global
Presidente viajou à Letícia, na fronteira da Colômbia com o Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu um compromisso maior dos países da América Latina nas metas de desmatamento da Amazônia e cobrou mais espaço ao grupo no Fundo Global para o Meio Ambiente. As falas aconteceram em visita oficial à Colômbia neste sábado, 8. Lula viajou à Leticia, na fronteira com o Brasil, para o encerramento da Reunião Técnico-Científica da Amazônia, organizada pelo governo colombiano. Gustavo Petro, presidente da Colômbia, também participou do evento.
Lula discursou e afirmou que todos os países que possuem cobertura amazônica podem assumir a meta brasileira de zerar o desmatamento na região até 2030. “Meu governo está comprometido a zerar o desmatamento até 2030. Esse é um compromisso que os países amazônicos podem assumir juntos na cúpula de Belém”, disse Lula. O encontro com Petro é uma prévia de uma cúpula que vai acontecer em Belém no próximo mês de agosto e reunirá os presidentes dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela fazem parte do grupo.
A ampliação na discussão acontece em um momento de redução significativa no ritmo de desmatamento na região. No primeiro semestre, o desmate caiu 34% em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Lula ainda cobrou mais espaço aos países latino-americanos em organizações de combate ao desmatamento. “É inexplicável que mecanismos internacionais de financiamento, como o Fundo Global para o Meio Ambiente, que nasceu no Banco Mundial, reproduzam a lógica excludente das instituições de Bretton Woods. Brasil, Colômbia e Equador são obrigados a dividir uma cadeira no conselho do fundo, enquanto países desenvolvidos, como os Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália e Suécia ocupam, cada um, uma cadeira”, cobrou Lula.