O socialista Marcio Lacerda, do PSB, é o novo prefeito da cidade de Belo Horizonte. O peessedebista venceu o segundo turno das eleições neste domingo com 59,12% dos votos válidos. O adversário, Leonardo Quintão, do PMDB, ficou com 40,88%. A vitória de Lacerda já havia sido apontada pela pesquisa boca-de-urna neste domingo. Segundo o levantamento do Ibope, que ouviu 6.000 eleitores, Lacerda tinha 56%, contra 44% do peemedebista.
Apadrinhado pelo governador tucano de Minas Gerais, Aécio Neves, e pelo atual prefeito da capital mineira, o petista Fernando Pimentel, Lacerda foi conquistando seu espaço aos poucos. Aécio e Pimentel ignoraram o veto da executiva do PT e participaram ativamente da campanha do peessedebista. O temor petista sobre aliança “ilegal” PT/PSDB é que ela poderia fortalecer a possível candidatura de Aécio à presidência em 2010. A articulação, que começou no fim do ano passado, foi apoiada informalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nas primeiras pesquisas, Lacerda chegou a ser apontado em último lugar. Com a participação mais ativa dos padrinhos políticos em seus comícios, conseguiu se aproximar dos adversários e liderou algumas pesquisas. A possível vitória de Lacerda no primeiro turno foi ameaçada apenas um mês antes da eleição. Quintão era pouco conhecido e estava 30 pontos atrás de Lacerda. Na véspera do pleito, reduziu a diferença para 11 pontos. Depois de abertas as urnas, a surpresa: os adversários estavam separados por apenas 2,3 pontos – o equivalente a 30.000 votos em um colégio de 1,8 milhão de eleitores.
Para o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), ao levar a eleição de Belo Horizonte para o segundo turno, o eleitor mineiro deu um recado contra “o caciquismo político”. “A vitória política e moral ocorreu com a rebeldia do eleitor de Belo Horizonte, que disse ‘não mande no meu voto, eu voto independente.'”
Lacerda é formado em administração de empresas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É mineiro, casado há 34 anos e pai de três filhos. Foi secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, na gestão do ministro Ciro Gomes, em 2003, e no ano passado assumiu a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.