Justiça declara que goleiro Bruno é pai do filho de Eliza
Decisão foi emitida sem exame de DNA, pois atleta não cedeu material para o teste. Jovem desapareceu quando tentava provar na Justiça que o jogador era o pai de Bruninho
Dois anos e cinco meses depois do nascimento do menino Bruninho, filho de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes de Souza desaparecida em julho de 2010, a Justiça do Rio de Janeiro declarou o atleta pai da criança. A sentença da juíza Maria Cristina de Brito Lima, da 1ª Vara de Família do Fórum da Barra da Tijuca, foi publicada no dia 12 (quinta-feira passada), e comunicada às partes envolvidas no processo nesta quarta-feira. Eliza, nos dias anteriores a seu desaparecimento, tentava obter o reconhecimento da paternidade.
A decisão foi tomada sem confronto de DNA, pois o jogador havia se recusado a doar material para ser comparado ao da criança. “Julgo procedente o pedido e declaro Bruno Samudio filho de Bruno Fernandes das Dores de Souza”, diz a decisão. Além de passar a constar o nome do pai na certidão de nascimento, o juiz determinou também a averbação em cartório do nome dos avós paternos de Bruninho – Maurílio Fernandes das Dores e Sandra Cássia Souza de Oliveira Santos, já falecidos – no documento.
O menino Bruninho vive hoje com a avó, a sitiante Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza, em Campo Grande (MS). Apesar de Bruno ser apontado como o mentor de toda a trama contra sua filha, Sônia disse que é importante para o neto saber suas origens. “É direito de toda criança saber quem é seu pai e sua mãe, mesmo que os pais carreguem histórias tão tristes como a do Bruno e a da minha filha”, disse a sitiante.
A advogada Maria Lúcia Borges Gomes, que representa Sônia, afirmou que, agora, pretende executar as sentenças de pensão alimentícia. O menino Bruninho, segundo ela, tem direito a 17% dos ganhos que Bruno tinha com o Flamengo. Além disso, dois imóveis – o sítio de Esmeraldas e um apartamento, cada um no valor de 1 milhão de reais – também podem ser usados para saldar os débitos. Os dois bens estão bloqueador, em função da disputa por reconhecimento de paternidade. A Justiça pode solicitar penhora dos bens para pagamento dos atrasados.
O juiz que julgou o processo determinou que o Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais em Belezinho (SP), cidade em que o filho de Eliza foi registrado, cumpra a sentença. Eliza Samudio deu entrada no processo de reconhecimento de paternidade e pagamento de pensão alimentícia em agosto de 2009, ainda durante a gravidez.
Após declarar guerra a Bruno na Justiça, Eliza procurou a Polícia Civil e denunciou o jogador por sequestro, agressão e ameaça de morte. Também foram acusados no mesmo processo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e um policial. Os três teriam obrigado Eliza a tomar um medicamento abortivo. Após o episódio, a jovem gravou um vídeo em que afirmava que, caso algo acontecesse a ela, a culpa seria do ex-amante, então goleiro do Flamengo.
Bruno e Macarrão foram condenados em dezembro de 2010 a quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal contra a jovem em sentença também da Justiça do Rio.
Os advogados de Bruno, Rui Caldas Pimenta e Francisco de Assis Simim, no mês de maio procuraram a Vara de Família do Fórum em Jacarepaguá e apresentaram uma declaração do atleta, decidido a reconhecer a paternidade do menino. “O Bruno é um homem de bem. Ele demonstrou o interesse em repassar 10% de seus rendimentos futuros ao Bruninho e às duas filhas do casamento com Dayanne dos Santos”, afirmou Pimenta.
O advogado está confiante de que Bruno deixará a prisão após o julgamento do habeas corpus pelos desembargadores do Superior Tribunal Federal (STF), ainda sem data para acontecer. “Já tem clubes interessados no passe do Bruno, inclusive, um deles está disposto a pagar seis milhões de reais. Caso ele volte a jogar futebol, cada uma das crianças tem garantido duzentos mil reais”, afirmou Pimenta.
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