Julgamento de motoboy acusado de matar cunhada é retomado
Com novos advogados, Sandro Dota confessou ter cometido o crime, mas negou o estupro; primeiro júri foi cancelado porque réu destituiu defesa
O motoboy Sandro Dota, de 42 anos, acusado de matar e estuprar a sua cunhada, Bianca Consoli, de 19 anos, voltou a ser julgado, nesta segunda-feira, no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. O júri foi retomado após o cancelamento do primeiro julgamento, em 17 de julho, quando o réu destituiu sua própria defesa, alegando não confiar mais em seu advogado.
O novo julgamento tende a tomar um rumo diferente do primeiro. No dia 14 de agosto, o motoboy admitiu, em carta, ter cometido o assassinato, mas disse que não houve abuso sexual. A princípio, ele negava ser o autor do crime. Segundo o Ministério Público, Dota matou a cunhada porque ela se recusava a ter relação sexual com ele.
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De acordo com os novos advogados, o acusado disse que não confessou o assassinato antes porque não confiava na sua defesa anterior. A acusação apresentou provas periciais para incriminar Dota: um exame de DNA confirmou que vestígios de pele encontrados embaixo das unhas da vítima eram do réu. Depoimentos prestados à polícia na época atestaram que o motoboy costumava assediar Bianca.
Crime – No dia 13 de setembro de 2011, Bianca foi encontrada morta na casa onde morava com os pais, no bairro de Parque São Rafael, Zona Leste de São Paulo. Ela estava com um saco plástico enrolado na cabeça e tinha marcas de estrangulamento. Não havia sinais de arrombamento na residência, apesar de ela estar revirada.
A irmã da vítima, Daiana Consoli, morava numa casa ao lado e era casada com Sandro Dota. No primeiro momento, afirmou acreditar na inocência do marido, mas depois mudou de opinião e chegou a chamar o motoboy de “psicopata”. Uma das testemunhas da acusação, a ex-mulher depôs no primeiro julgamento e disse perante o júri que Dota era “possessivo e não gostava de ser contrariado”.
(Com Estadão Conteúdo)