O réu Itamar Messias da Silva dos Santos, acusado de ter participado do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), não será julgado nesta quinta-feira no Fórum de Itapecerica da Serra, como estava previsto. A decisão foi tomada pelo juiz Antonio Augusto Hristov, que acatou o pedido de Airton Gonçalves Filho, advogado de Itamar. A audiência sobre a participação no crime de Elcyd Oliveira Brito, no entanto, continua mantida e deve começar ainda nesta manhã. Elcyd e Itamar são denunciados por homicídio duplamente qualificado.
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Segundo Gonçalves Filho, ele apresentou um requerimento ao juiz para mudar a data do julgamento, pois irá participar de outra audiência na capital paulista, por volta das 12 horas desta quinta-feira, que havia sido marcada anteriormente. “Outra razão é que houve uma mudança estratégica após eu me reunir com o Ministério Público e com o juiz e acredito que haverá uma mudança na estratégia da defesa, então preciso de mais tempo para me preparar”, justificou.
Para Gonçalves Filho, o depoimento de Elcyd Oliveira Brito determinará o rumo do processo. “O julgamento de hoje do réu Elcyd é que vai influenciar toda a dinâmica processual e probatória”, afirmou. De acordo com o advogado, caso Elcyd mantenha a informação de que o crime foi político, “tudo muda”. Ele não descarta a possibilidade de delação premiada, mesmo o réu negando participação no assassinato.
Caso – Fundador do PT, o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, foi encontrado morto com oito tiros em uma estrada de Juquitiba, cidade da Região Metropolitana de São Paulo, em 18 de janeiro de 2002. O corpo estava desfigurado. A maioria dos tiros foi disparado no rosto.
O inquérito sobre a morte do petista determinou o indiciamento de oito pessoas, além de levantar suspeitas sobre políticos do alto escalão petista. Quatro acusados já foram condenados pela morte do ex-prefeito.
Em maio deste ano, Ivan Rodrigues da Silva, José Edison da Silva e Rodolfo Rodrigo dos Santos Silva receberam penas de 24, 20 e 18 anos de prisão, respectivamente. Marcos Bispo dos Santos foi julgado em novembro de 2010 e condenado a 18 anos.