Jornalistas, políticos e artistas lamentaram nesta segunda-feira, 11, a morte do âncora do Jornal da Band Ricardo Boechat. O apresentador estava a bordo de um helicóptero que caiu sobre a Rodovia Anhanguera, em São Paulo. O piloto da aeronave, Ronaldo Quattrucci, também morreu no acidente.
Em comunicado enviado pela assessoria de imprensa da Band, João Carlos Saad, presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação, afirmou: “O jornalismo e o Brasil perderam hoje uma referência insubstituível. E nós, do Grupo Band, perdemos um amigo e profissional que jamais esqueceremos”.
O jornalista Milton Jung, da CBN, escreveu: “Está difícil de segurar a onda por aqui. Um dia choro por centenas, noutro por dezenas, agora choro por um colega: Ricardo Boechat”. “Tristeza e luto nessa tragédia para o jornalismo brasileiro”, completou. Ricardo Noblat, colunista de VEJA, disse que ele “fará falta a todos”.
Miriam Leitão, do Grupo Globo, chamou Boechat de “querido amigo” e disse que ele foi uma “pessoa linda” e um “jornalista maravilhoso”.
Milton Neves, comentarista esportivo, chamou Boechat de “o maior jornalista desse país”.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou uma nota de pesar prestando solidariedade às famílias e exaltando a habilidade de Boechat em se comunicar com o público, “sempre preocupado em levar informação e opinião à sociedade”.
Datena
O apresentador do programa Brasil Urgente José Luiz Datena precisou anunciar a tragédia no ar e não conteve as lágrimas: “Confio muito nos desígnios de Deus, mas num momento como este a gente se pergunta se era essa a forma de terminar a sua história aqui neste plano”.
Durante conversa com Datena no programa, Ana Paula Padrão lamentou a morte do colega. “Tem coisas que a gente não gostaria de noticiar. Esta é uma delas. Estou chocada, muito, muito triste. Tinha profunda admiração pelo Boechat. Achava ele um cara muito intenso, que falava com muita propriedade, era muito responsável. Era um grande professor, um cara muito inteligente e um grande colega. Ele estava sempre distribuindo piadas e sorrisos. Boechat tinha autoridade para falar as coisas e, ao mesmo tempo, era bem-humorado, cobrava quando tinha que cobrar, brincava quando tinha que brincar. É difícil ver um jornalista assim. O Boechat era uma grande joia.”
Um raro consenso na política
Conhecido por não poupar comentários duros sobre qualquer tema, incluindo o governo, Boechat foi lembrado pela classe política com pesar. “Triste notícia”, postou o presidente Jair Bolsonaro no Twitter, enquanto o ex-presidente Michel Temer destacou a “lamentável perda para o jornalismo brasileiro”. Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, disse que o jornalista “deixará saudade”.
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil no Rio de Janeiro (Unic Rio) também lamentou o acidente. “Boechat era um questionador nato e defensor da apuração dos fatos, da transparência e da liberdade de imprensa, fatores indispensáveis para um jornalismo isento e responsável”, dizia a nota publicada no site.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, lamentou a morte do jornalista em nota oficial, dizendo que “o silêncio de Boechat será eloquente e sentido em todo o país, porque ele fazia a crítica séria e necessária que caracteriza o bom jornalismo, e é tão necessário para a democracia”.
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